São Paulo – O setor de construção civil está se organizando, por meio da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) e suas entidades associadas, para importar aço longo a partir do fim de setembro. A medida é uma reação do setor à retomada das alíquotas de importação para vários tipos de aço, anunciada no início do mês pela Câmara de Comércio Exterior (Camex). Segundo o presidente da Comissão de Materiais e Tecnologia da Cbic, Sarkis Nabi Curi, o setor negocia com uma siderúrgica internacional, no momento, a importação de aço longo a R$ 2.300 por tonelada. No mercado interno, as construtoras pagam por tonelada de aço longo entre R$ 2,8 mil e R$ 3,2 mil, conforme Curi. “Estamos conseguindo redução da margem da indústria para compensar o imposto de importação. Se fôssemos importar aço da mesma empresa, sem esse imposto, nossa meta seria pagar de R$ 1.900 a R$ 1.950 por tonelada”, disse o representante da Cbic. O nome da siderúrgica e o país de origem não foram divulgados. A Cbic espera concluir, até a primeira quinzena de julho, levantamento das cooperativas de compras estaduais estimando a demanda de construtoras interessadas. “As cooperativas terão demanda perene”, afirmou Curi. Atualmente, há 11 cooperativas de compra em funcionamento e seis em implantação. Em abril, o setor importou 10 mil toneladas de aço longo de outra empresa, ao preço de R$ 2.650 por tonelada. O produto foi comprado por empresas das regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste. A importação de aço que está sendo desenhada no momento será aberta a todo o país. “Continuaremos a importar aço para mostrar ao governo o efeito danoso do imposto de importação. Fomos surpreendidos pela volta desse imposto. Não pode haver uma tarifa que iniba a entrada de produtos de fora para regular o preço”, disse o representante da Cbic. Segundo ele, se os preços dos materiais aumentarem muito, o programa habitacional federal poderá ser inviabilizado. (AE)