Expectativa é manter o ritmo de crescimento de 10% a 15% no 2º semestre. MICHELLE VALVERDE. As construtoras de médio porte de Belo Horizonte estão otimistas com a gradual recuperação da economia. Para o segundo semestre, a expectativa é manter o ritmo de crescimento. Entre os principais alavancadores do segmento estão a retomada da confiança do consumidor e a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre materiais de construção. A redução das taxas de juros foi outro incentivo apontado pelos empresários do ramo como essencial para a manutenção dos negócios. Além de beneficiar as construtoras na hora de contratar empréstimos, taxas abaixo dos níveis praticados ao longo de 2008 têm impulsionado o consumo. Na Construtora Segenco, no bairro Grajaú, região Oeste de Belo Horizonte, o incremento no faturamento durante os primeiros sete meses do ano foi de 15%, se comparado com igual período anterior. O proprietário da construtora, Jorge Luiz Oliveira de Almeida, acredita que o planejamento e a cautela por parte dos empresários foram cruciais para enfrentar a retração econômica e manter o desempenho positivo. “Em tempos de instabilidade econômica, todo investimento tem que ser muito bem planejado. O empresário precisa agir com prudência e olhando o futuro. A avaliação do mercado na hora de lançar um empreendimento evita a grande oferta de imóveis, o que pode levar à queda dos preços”, disse. Na WR Construtora, no bairro São Pedro, região Centro-Sul da Capital, o crescimento no faturamento foi de 10% entre janeiro e julho, se comparado com igual período do ano anterior. A construtora é especializada na construção de imóveis residenciais avaliados entre R$ 200 mil e R$ 400 mil, obras em casas e reformas de imóveis comerciais. Para manter o ritmo de crescimento, a WR Construtora irá ampliar a área de atuação. O objetivo da construtora é investir nos projetos de condomínios prediais. “Estamos avaliando o mercado e pretendemos executar o projeto em 2010. Esta é uma tendência forte na construção e pretendemos aproveitar a oportunidade para expandir os negócios”, disse o proprietário da construtora, Werner Oohlfs. Na Construtora Valle Ribeiro, no bairro Funcionários, também na região Centro-Sul, os primeiros sete meses do ano garantiram o crescimento da empresa. Mesmo não divulgando o índice de incremento, o diretor-presidente, José Inácio Brum Ribeiro, estima que a retomada do crédito foi o principal alavancador das vendas durante o período. Para este semestre, está previsto o lançamento de dois empreendimentos. Um dos prédios, de dois quartos, será no bairro Caiçara, na região Noroeste, voltado para a classe média. O segundo prédio será construído no bairro Serra, na região Centro-Sul. O projeto é mais sofisticado e voltado para a classe alta. “Estamos otimistas com o desempenho para o segundo semestre. A economia vem se recuperando e apresentamos resultados positivos nos primeiro sete meses do ano. Tivemos um lançamento e as vendas foram concluídas com sucesso, e esperamos manter este ritmo”, disse Ribeiro. Replanejamento – Durante o período de maior instabilidade econômica no segmento, alguns empresários aproveitaram a queda na demanda para repensar os planos das empresas. No primeiro semestre, a Construtora Futura, no bairro Floresta, região Centro-Sul da Capital, investiu no planejamento dos novos empreendimentos. De acordo com o proprietário da construtora, Nelson Baeta, foram desenvolvidos três projetos que deverão ser lançados no próximo ano. “A retração do mercado aconteceu em um período que já tínhamos reservado para desenvolver novos empreendimento. Com isso, conseguimos manter o mesmo ritmo do ano passado e evitar prejuízos”, disse. Um dos projetos será lançado durante o primeiro semestre de 2010. Apesar de não divulgar os detalhes, o empresário acredita na manutenção dos juros baixos e na gradual recuperação da confiança do consumidor para alavancar as vendas no próximo ano. “Os juros mais baixos são essenciais para o setor da construção civil, já que a vendas de grande parte dos imóveis é feita através de financiamentos”, disse Baeta.