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Construtoras mudam de estratégia

Movidas pela escassez de terrenos, empresas compram imóveis prontos para demolir e construir edifícios. MICHELLE VALVERDE A escassez de terrenos nos bairros tradicionais de Belo Horizonte, principalmente nas regiões mais valorizadas, tem feito com que as construtoras comprem imóveis prontos – quase sempre casas – para demolir e construir no local, fazendo com que alguns bairros da Capital se tornem cada vez mais verticalizados. Apesar da crescente demanda por apartamentos nessas áreas, as empresas enfrentam outras dificuldades, que vão além de adquirir os imóveis e iniciar a obra. Segundo o diretor da Área Imobiliária do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (SINDUSCON-MG), Bráulio Franco Gárcia, o Plano Diretor de Belo Horizonte dificulta a construção de prédios residenciais e comerciais na cidade. Os principais empecilhos apontados são a burocracia para a aprovação dos projetos comerciais, que levam cerca de dois anos, e o grande potencial construtivo exigido para os edifícios residenciais. “Para construir um prédio residencial na Zona Sul, a unidade residencial deve ter no mínimo 140 metros quadrados. Devido à grande ocupação dos terrenos é difícil construir um prédio deste porte. Para isso as construtoras precisam captar vários terrenos próximos, o que se torna mais complicado a cada dia”, disse Franco. Na RKM Engenharia, empresa com forte atuação no bairro Funcionários, na região Centro-Sul da Capital, a crescente demanda por residências na região tem feito com que a empresa invista em negociações para a compra de imóveis prontos. Estes serão demolidos e no lugar construídos grandes prédios. A região é uma das que enfrenta a escassez de terrenos desocupados. A maior dificuldade apontada pela gerente de Marketing e Comercial da RKM Engenharia, Adriana Bordalo, é a captação junto aos proprietários, já que, devido à forte demanda pelos terrenos, os preços estão elevados e em muitos casos o proprietário não quer se mudar da região. Apesar das barreiras enfrentadas a negociação tem sido promissora e a verticalização é uma tendência para a região. No último lançamento da empresa no bairro, o edifício Zaidal, foram comprados cinco lotes, com área total de 3,6 mil metros quadrados. Desse total, quatro possuíam construções que foram demolidas. “Em alguns casos, o processo de compra pode durar anos. Apesar da demora vale à pena investir, pois a demanda é muito grande.”, disse Adriana Bordalo. Para a gerente, a tendência da verticalização se aplica, principalmente, nos bairros da região Sul da Capital. “As pessoas querem morar perto das áreas mais movimentadas. Por isso buscam por locais onde a infraestrutura é desenvolvida”. O proprietário da Construtora Futura, Nelson Baeta, também acredita que a verticalização é uma tendência nos principais bairros da capital mineira. Porém, as dificuldades impostas pelo Plano Diretor podem interferir no desempenho do setor. A compra de imóveis prontos para demolição é vista como uma das saídas para se manter no mercado imobiliário da Capital. “Nos bairros mais antigos, como o Padre Eustáquio, na região Noroeste, a verticalização será uma saída para o setor, que já não encontra grandes espaços disponíveis”, disse Baeta.