O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu de forma unânime pela unânime redução da taxa básica de juros da economia, a Selic, em mais 0,50 ponto percentual. A taxa agora está em 11,75% ao ano, marcando a quarta redução consecutiva e atingindo o menor nível desde março de 2022, quando estava em 10,75% ao ano.
De acordo com a economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e do Sinduscon-MG, Ieda Vasconcelos, o colegiado avaliou essa ação como o ritmo necessário para manter o processo desinflacionário no país. Além disso, o Copom deixou claro que planeja manter a trajetória de redução, sinalizando a continuidade da diminuição dos juros em 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões, aproveitando as oito programadas para 2024.
No entanto, apesar das projeções otimistas do Copom, as estimativas da Pesquisa Focus despertam preocupação. “Vale lembrar que em 2024 o Comitê realizará oito reuniões. Se em todas elas a Selic for reduzida nesse ritmo, no final do próximo ano a taxa alcançará o patamar de 7,75% a.a. Entretanto, as estimativas realizadas pela Pesquisa Focus apontam que, no final de 2024, a Selic estará em 9,25% a.a.,” ressaltou a economista.
No contexto da construção civil, setor que enfrenta desafios consideráveis, a principal preocupação, de acordo com a Sondagem realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com o apoio da CBIC, é o elevado patamar dos juros.
A economista lembrou que um dos motivos para o menor desempenho da construção em 2023 foi o juro em níveis elevados. “Juros altos inibem os investimentos produtivos, que geram emprego e renda, e alimentam o mercado financeiro,” concluiu Ieda.
Fonte: CBIC