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Coqueria 2 da Gerdau fica pronta ainda este mês

A MIP Engenharia, empresa mineira do setor da construção pesada, terminará este mês as obras da coqueria número 2 da Usina Presidente Arthur Bernardes, da Gerdau Açominas, localizada em Ouro Branco, Campos das Vertentes, em Minas Gerais. O contrato, de cerca de R$ 100 milhões, foi assinado em 2006 e previa a montagem eletromecânica e refratária do equipamento. Há cerca de 23 anos não se construía uma coqueria no Brasil, segundo o presidente da MIP, João Bosco. “Assim, a empresa precisou lidar com uma experiência nova, e se adaptar aos projetos e tecnologias chinesas na montagem das obras, uma vez que os equipamentos são todos provenientes do país asiático”, explicou. Segundo Bosco, o projeto foi importante para a MIP, que passou a dominar novas técnicas e conhecimentos para atuação na área. “Entre os benefícios que poderão ser colhidos com os novos conhecimentos na instalação deste tipo de equipamento, destacamos a possibilidade de construirmos uma coqueria para a Usinas Siderúrgicas S/A (Usiminas)”, disse. De acordo com ele, a construtora é uma das candidatas à implantação do empreendimento. A Usiminas anunciou, na terça-feira, a construção de uma usina de placas em Santana do Paraíso, próximo à planta da companhia, em Ipatinga, no Vale do Aço (MG). No projeto da Gerdau, a coqueria construída pela MIP faz parte do programa de expansão do grupo. Atualmente, trabalham na execução do equipamento cerca de 1,2 mil funcionários. O escopo da obra prevê a montagem de 37,308 mil toneladas, sendo 14,720 mil toneladas de montagem eletromecânica e 22,588 mil toneladas de montagem refratária. Especialista em montagens industriais pesadas, a MIP participou das principais obras de implantação e expansão do parque industrial brasileiro. Com 47 anos de mercado, tem entre seus clientes companhias como ArcellorMittal Inox (antiga Acesita), AngloGold Ashanti, Bahia Pulp, Celulose Nipo-Brasileira S/A (Cenibra), Companhia Vale do Rio Doce (Vale), Petrobras, Samarco, Vallourec & Mannesman Tubes, Votorantim, além de Usiminas e Gerdau. Em relação à Usina Presidente Arthur Bernardes, além de já ser a maior unidade do Grupo Gerdau, a planta mineira está passando por um processo de ampliação de capacidade produtiva, que saltará dos atuais 3 milhões de toneladas/ano para 4,5 milhões de toneladas/ano. Os investimentos totalizam US$ 1,5 bilhão e compreendem, além da coqueria, a construção de um segundo alto-forno, sintetização 2, aciaria, laminação primária e uma central termelétrica. O segundo alto-forno já passou pela fase final de testes. A Gerdau também está instalando na Presidente Arthur Bernardes equipamento para dar início ao lingotamento contínuo do aço. A nova máquina deverá entrar em operação até o fim de 2008, com capacidade para 1,5 milhão de toneladas por ano. O lingotamento é um dos estágios anteriores à produção do aço plano. MARX FERNANDES EUA mantém a sobretaxa ao aço O International Trade Commission, órgão dos Estados Unidos que fiscaliza as relações comerciais daquele país, decidiu, em junho, manter a sobretaxa ao aço brasileiro. Segundo acusação do departamento americano, as siderúrgicas no Brasil continuam com a prática de dumping e, portanto, é necessário manter os percentuais de importação para os produtos fabricados no Brasil. As alíquotas vão de 74,35% a 94,73% para as medidas antidumping e de 4,44% a 6,74% para os direitos compensatórios. A prática de dumping é caracterizada quando os produtos fabricados em um país são comercializados em mercados externos por preços bem inferiores aos nacionais. Segundo o Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS), que se manifestou por meio de nota, a manutenção das alíquotas antidumping já era esperada, uma vez que os Estados Unidos são conhecidos pela adoção de medidas protecionistas às suas indústrias. Ainda de acordo com o IBS, a realização do relatório americano trata-se de uma formalidade imposta pela Organização Mundial do Comércio (OMC). Conforme a entidade, o país que impõe medidas antidumping fica obrigado a reavaliar as restrições a cada cinco anos. Os Estados Unidos impuseram as medidas de proteção ao aço brasileiro em 2002. Segundo o relatório do órgão norte-americano, além do Brasil também foram mantidas medidas antidumping para Indonésia, México e Trinidad e Tobago. O IBS frisou que as restrições são para apenas alguns aços do tipo fio máquina ao carbono. “As empresas brasileiras não participaram da revisão e o resultado foi determinado com base nas informações dos peticionários. Além disso, os principais fios máquina de interesse ao exportador brasileiro para aquele mercado não são afetados pela indústria”, conforme a nota. Contudo, as principais siderúrgicas brasileiras fabricantes de aços longos – Barra Mansa, do grupo Votorantim; a antiga Belgo Siderurgia, hoje ArcelorMittal Aços Longos; e a Gerdau – já foram condenadas pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), vinculado ao Ministério da Justiça, por formação de cartel no mercado de vergalhões. A discussão se estendeu para o Poder Judiciário e o processo aguarda parecer da Justiça Federal. Segundo o presidente da Associação Mineira de Distribuidores de Aço (Amida), Rubson Lopes Nogueira, a formação de cartel permite às empresas construir margens elevadas e exportar, com subsídios, boa parte da produção. Nogueira lembrou ainda que, há cerca de seis meses, o preço da tonelada de aços longos no Brsail era comercializado a mais de US$ 1 mil, enquanto o preço de exportação desses produtos era de cerca de US$ 500 a tonelada. Conforme o economista do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Daniel Furletti, o aumento no preço dos vergalhões tem sido uma das principais preocupações para as construtoras. De acordo com ele, números do Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), revelam que o preço do aço aumentou 5,62% em junho, em relação a maio. Na mesma base de comparação, a média geral aumentou apenas 1,92%. No acumulado do ano, o insumo siderúrgico já foi realinhado em 20,22% e, nos últimos 12 meses, aumentou 21,06%. BRUNO MARQUES