A redução das atividades da Construção Civil tem gerado uma menor variação nos preços dos materiais de construção, o que está contribuindo para uma maior estabilidade nos custos do setor. Esta é a análise do resultado do CUB/m² do mês de setembro/15, calculado e divulgado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG). Neste mês o referido indicador registrou alta de 0,06%, a menor observada desde novembro/11, quando cresceu 0,05%.
“A expressiva redução das atividades da Construção está evidenciada em seus principais indicadores, como o mercado de trabalho. De acordo com os dados divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) somente nos últimos 12 meses encerrados em agosto/15 o setor já perdeu, em todo o País, 385.249 postos de trabalho com carteira assinada. Em Minas Gerais a queda foi de 58.134 vagas. A Construção é um dos setores que mais têm sentido os reflexos da grave crise que tomou conta do País e a expressiva redução na geração de vagas é um reflexo disso. A queda das atividades do setor também provoca, como consequência, o menor consumo de materiais de construção, o que tem contribuído para manter certa estabilidade nos preços dos insumos”, analisa o coordenador do Sinduscon-MG, economista Daniel Furletti.
Em setembro o custo com material de construção cresceu 0,12%. Do total dos insumos pesquisados 53,85% ficaram com o seus preços constantes, como é o caso da bacia sanitária branca com caixa acoplada, fio de cobre antichama, emulsão asfáltica, tinta látex PVA, entre vários outros. Já o cimento, a placa cerâmica e a porta interna semi-oca para pintura registraram queda em seus preços de -2,22%; -1,92% e -1,03%, respectivamente. Por outro lado, alguns materiais apresentaram altas como: tubo de PVC-R rígido reforçado para esgoto 150mm (+4,13%), locação de betoneira (+3,85%), registro de pressão cromado ½” (+3,45%), esquadria de correr (+1,01%), disjuntor tripolar 70 A (+0,99%) e chapa compensado plastificado (+0,91%).
Em setembro/15 os custos com a mão de obra e com as despesas administrativas permaneceram constantes, enquanto o custo com equipamentos cresceu 4,08%.
O CUB/m² é um importante indicador de custos do setor. É calculado e divulgado mensalmente pelo Sinduscon-MG, de acordo com a Lei Federal 4.591/64 e com a Norma Técnica ABNT NBR 12721:2006 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
O custo do metro quadrado de construção em Belo Horizonte, para o projeto-padrão R8-N (residência multifamiliar, padrão normal, com garagem, pilotis, oito pavimentos-tipo e três quartos) que em agosto era R$1.166,87 passou para R$1.167,58.
Resultado acumulado no período de janeiro a setembro/15: Nos primeiros nove meses de 2015 o CUB/m² acumulou alta de 4,89%. Neste mesmo período, o custo com material de construção cresceu 2,65%, o custo com a mão de obra aumentou 6,74%, as despesas administrativas subiram 5,30% e o aluguel de equipamentos cresceu 12,83%. Neste período, alguns materiais se destacaram pela expressiva variação em seus preços como a tinta látex PVA (+16,08%), a porta interna semi-oca para pintura (+15,90%), a locação de betoneira (+12,50%), o bloco cerâmico para alvenaria de vedação (+11,11%) e a placa de gesso (+8,40%).
Acumulado nos últimos 12 meses (outubro/14-setembro/15): Nos últimos doze meses encerrados em setembro/15, o CUB/m² (projeto-padrão R8-N) registrou alta de 5,17%. Esse resultado refletiu aumentos nos seguintes custos: 3,26% no material de construção, 6,74% na mão de obra, 5,30% na despesa administrativa e 19,72% no aluguel de equipamento. Neste período, os materiais que apresentaram maiores elevações em seus preços foram: locação de betoneira (+19,47%), tinta látex PVA (+17,88%), porta interna semi-oca para pintura (+15,90%), tubo de PVC-R rígido reforçado para esgoto 150mm (+11,29%) e bloco cerâmico para alvenaria de vedação (+11,11%).
Resultado do CUB/m² desonerado
O CUB/m² desonerado também aumentou 0,06% em setembro15, acumulando alta de 4,75% nos primeiros nove meses de 2015 e 5,06% nos últimos 12 meses (outubro/14-setembro/15).
A metodologia de cálculo do CUB/m² e do CUB/m² desonerado é a mesma, ou seja, ambos seguem as determinações da Lei Federal 4.591/64 e da ABNT NBR 12.721:2006. A diferença encontra-se no percentual de encargos sociais incidentes sobre a mão de obra. No CUB/m² que não considera a desoneração da mão de obra, os encargos previdenciários e trabalhistas (incluindo os benefícios da Convenção Coletiva de Trabalho) totalizam 185,78%. Já no CUB/m² desonerado, os encargos previdenciários e trabalhistas (também incluindo os benefícios da Convenção Coletiva) somam 152,08%.