Mercado O conhecimento nos canteiros de obra está cada vez mais abrangente, não se limitando apenas à figura dos engenheiros. Com a franca expansão da engenharia civil, cursos profissionalizantes estão em evidência e agregando às obras maior qualidade. Carlos Alberto Félix de Oliveira, 63 anos, está especializando-se no Curso Intensivo de Preparação de Mão-de-Obra Industrial (CIPMOI). “Trabalhava em uma empresa de reformas, mas quero mesmo é acompanhar a construção de um prédio desde o início. Por isso, me inscrevi no CIPMOI”, afirmou. Para Carlos, muitas pessoas sabem fazer muito bem um serviço na prática, mas não sabem a teoria. “Sempre há modificações para fazer nas obras e, em situações como essa, com essa preparação que estou fazendo para encarregado geral, vou ter condições de conversar com o engenheiro sobre a armação de uma viga, por exemplo”, acrescentou. O CIPMOI é um programa de extensão universitária da Escola de Engenharia da UFMG e é um dos cursos mais conhecidos e respeitados na área, qualificando mão-de-obra industrial há 53 anos. Anualmente, são ofertadas gratuitamente 300 vagas em cinco diferentes cursos: tecnologia da soldagem; eletricidade de baixa tensão; introdução à capacitação para construção civil; capacitação para construção civil; e preparação para o encarregado geral de obras. Segundo coordenador do CIPMOI, o engenheiro civil e professor Aldo Giuntini de Magalhães, o curso tem um cunho social muito grande e geralmente atende quem já está em uma empresa e quer se aperfeiçoar. “O CIPMOI oferece um diferencial para esses alunos não só na parte de empregabilidade, mas na relação prática deles com os serviços. No ano passado, tivemos 1.800 inscrições, e neste ano caiu um pouco pela mudança do campus, mas mesmo assim mantivemos uma boa procura, bem acima da oferta”, informa. As aulas são ministradas por alunos dos cursos de graduação da UFMG. Danilo Gomes Coelho está no quarto período de engenharia civil e é um dos instrutores do CIPMOI. “Fazemos o máximo para que eles saiam daqui com um diferencial no mercado do trabalho”, afirma. Sindicato forma mão de obra O Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de Minas Gerais, Sinduscon-MG, frequentemente faz um levantamento para avaliar a necessidade de mão de obra e, em contato com as construtoras parceiras, monta turmas visando suprir essa demanda. Atualmente, em parceria com a Universidade Fumec, o sindicato possui três cursos para qualificação: o de formação de instaladores, o de alfabetização de operários da construção civil e desenvolve um projeto piloto, que vai formar carpinteiros, armadores, eletricistas e pedreiros. Segundo Bruno Vinícius Magalhães, vice-presidente de Política, Relações Trabalhistas e Recursos Humanos do Sinduscon-MG, esses trabalhos fazem parte das ações do sindicato. “Esse é o nosso papel. A construção civil é responsável por 10% do PIB do Estado, é um setor em crescimento. Com isso, cresce também a necessidade de mão-de-obra, e nós como Sindicato temos a obrigação de criar formas para suprir essa demanda”, ressaltou. 32 REVISTA Vértice CREA-MINAS