Fonte: CBIC
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), divulgado nesta segunda-feira (8) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), aumentou 0,14% em abril. Em março essa variação foi de 0,30%. Com o resultado, o indicador acumulou alta de 0,95% nos primeiros quatro meses do ano, a menor variação para o período desde 2009.
De acordo com a economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e do Sinduscon-MG, Ieda Vasconcelos, nos últimos 12 meses, de maio de 2022 a abril de 2023, o INCC aumentou 7,18%, a menor taxa para um período de 12 meses desde outubro de 2020, confirmando seu processo de desaceleração.
O custo com a mão de obra não registrou variação em abril. Nos primeiros quatro meses de 2023 o componente apresentou alta de 1,22% e nos últimos 12 meses, de maio de 2022 a abril de 2023, cresceu 11,16%. “Desde setembro do ano passado o custo com a mão de obra está pressionando de forma mais intensa o INCC/FGV. Isso deve continuar acontecendo nos próximos meses, em função da data base de reajuste dos trabalhadores a construção em algumas capitais componentes do indicador”, lembrou Ieda.
Já o custo com materiais e equipamentos, depois de duas quedas consecutivas (-0,12% em fevereiro e -0,07% em março) aumentou 0,28% em abril, a maior variação desde julho de 2022, quando aumentou 0,34%. “Mesmo diante desta elevação, este componente mantém tendência de estabilidade”, avaliou Ieda.
De acordo com a economista, os materiais que mais contribuíram para o aumento do INCC em abril foram tubos e conexões de PVC (+4,07%), metais para instalações hidráulicas (+0,69%), vale transporte (+1,28%), aluguel de máquinas e equipamentos (+0,57%) e eletrodutos de PVC (+2,75%).
Com o resultado de abril, o custo com materiais e equipamentos acumulou, nos primeiros quatro meses do ano, alta de 0,14%, a menor variação para este período desde abril de 2009, quando registrou queda de 1,01%. Já nos últimos 12 meses, considerando maio de 2022 a abril de 2023, o INCC materiais e equipamentos apresentou elevação de 2,77%.
“Apesar da tendência do custo com materiais e equipamentos continuar sendo de relatividade estabilidade para os próximos meses, o que é muito importante para a construção, depois de mais de dois anos com fortes elevações, este ainda se constitui como um dos principais problemas do setor. Conforme a Sondagem da Construção, a falta ou o alto custo da matéria-prima continua preocupando as empresas. Sempre é bom destacar que o custo da construção continua em patamar elevado. De julho de 2020 até abril deste ano o INCC/FGV já aumentou 34,33%, sendo que o custo com materiais e equipamentos, nesse mesmo período, apresentou elevação de 52,64%, o custo com a mão de obra cresceu 23,60% e o custo com serviços 24,55%”, explicou a economista.
Segundo Ieda, os números confirmam que, mesmo diante das variações mais modestas registradas desde setembro do ano passado, o setor continua com o seu custo em patamar muito elevado e superior a inflação oficial do país. De julho de 2020 até março de 2023, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e que é o indicador oficial da inflação no país, aumentou 24,11%.
“É importante lembrar que a construção deverá registrar, em 2023, desempenho positivo pelo terceiro ano consecutivo. Entretanto, a projeção inicial de crescimento de 2,5%, realizada pela CBIC em dezembro/22, foi reduzida, em abril/23, para 2%. É necessário acompanhar a evolução dos resultados das suas atividades nos próximos meses, para verificar se essa nova projeção será mantida”, concluiu Ieda.
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A ação integra o projeto “Inteligência Setorial Estratégica”, realizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em parceria com o Serviço Social da Indústria (Sesi Nacional) e com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional).