O Custo Unitário Básico de Construção (CUB/m² – projeto-padrão R8-N) aumentou 0,49% em junho, a segunda maior alta do ano, ficando atrás somente da elevação observada em abril/18 (1,45%). O resultado de junho é justificado pela alta de 1,22% no custo com materiais de construção. Dentre os demais componentes do CUB/m² verifica-se que o custo com a despesa administrativa registrou elevação de 0,20% enquanto os custos com a mão de obra e com equipamentos permaneceram estáveis.
O custo do metro quadrado de construção em Belo Horizonte, para o projeto-padrão R8-N (residência multifamiliar, padrão normal, com garagem, pilotis, oito pavimentos-tipo e três quartos) que em maio/18 era R$1.360,82 passou para R$1.367,48 em junho/18. O CUB/m² é um importante indicador de custos do setor e acompanha a evolução do preço de material de construção, mão de obra, despesa administrativa e aluguel de equipamento. É calculado e divulgado mensalmente pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG) conforme a Lei Federal 4.591/64 e de acordo com a Norma Técnica NBR 12721:2006 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Na composição do CUB/m² (projeto-padrão R8-N) a mão de obra representou, em junho, 55,92% do custo, os materiais de construção responderam por 39,82% e as despesas administrativas/aluguel de equipamentos foram responsáveis por 4,26%.
A alta de 1,22% observada no custo com materiais de construção foi a maior desde outubro/2008 (1,64%). Entre os materiais que apresentaram aumento em seus preços em junho/18 destacaram-se: fechadura para porta interna (+4,80%), esquadria de correr (+4,26%), aço CA-50 10 mm (+3,54%), bacia sanitária branca com caixa acoplada (+3,28%) e emulsão asfáltica impermeabilizante (+3,03%).
Para o coordenador sindical do Sinduscon-MG, economista Daniel Furletti o aumento expressivo que está sendo observado no custo com materiais de construção pode refletir no preço dos imóveis. “Com o baixo patamar de estoque de novas unidades disponíveis para comercialização, a pressão exercida nos custos tende a influenciar diretamente o preço dos imóveis. Conforme a pesquisa realizada pela Brain Consultoria, para o Sinduscon-MG, em Belo Horizonte e Nova Lima o estoque disponível para venda em abril/18 era de 3.912 unidades residenciais novas, um dos menores patamares da série histórica da pesquisa iniciada em 2015”, destaca o coordenador.
Furletti ainda ressalta que além do aumento preocupante observado no custo com materiais, a Construção Civil sente os efeitos das apreensões com o futuro da economia nacional. “A incerteza eleitoral, a mudança do cenário externo, o baixo ritmo de recuperação da atividade econômica, a greve dos caminhoneiros e as suas consequências e a queda da confiança, além de gerar incertezas nas projeções de novos investimentos provoca dúvida sobre o fortalecimento do desenvolvimento do País, reduzindo cada vez mais as chances de crescimento do setor. Após quatro anos consecutivos de queda, o crescimento projetado para o setor, em 2018, é de apenas 0,5%.”
Acumulado no período de janeiro a junho/18 – No primeiro semestre do ano o CUB/m² (projeto-padrão R8N) registrou alta de 2,77%. Já o custo com material aumentou, neste período, 2,90% e o custo com a mão de obra 2,53%. O custo com a despesa administrativa cresceu 5,00% enquanto o custo com aluguel de equipamentos ficou estável. Os materiais que registraram as maiores elevações de preços foram: esquadria de correr (+19,94%), emulsão asfáltica impermeabilizante (+14,67%), cimento CP 32 (+10,71%) e fio de cobre (+10,67%).
Acumulado nos últimos 12 meses (julho/17 – junho/18): Nos últimos 12 meses o CUB/m² (projeto-padrão R8-N) registrou alta de 3,37%, o que foi reflexo das seguintes variações: 4,37% no custo com material de construção, 2,53% no custo com a mão de obra, 5,00% nas despesas administrativas e 7,20% no aluguel de equipamentos. Os materiais que apresentaram maiores elevações em seus preços nos últimos 12 meses foram: esquadria de correr (+24,19%), fio de cobre antichama (+16,90%), emulsão asfáltica impermeabilizante (+15,65%), porta interna semi-oca para pintura (+12,58%) e disjuntor tripolar 70 A (+11,31%).
Resultado do CUB/m² desonerado
O CUB/m² desonerado aumentou 0,52% em junho18, acumulando alta de 3,46% no primeiro semestre do ano e 4,10% nos últimos 12 meses (jul/17-jun/18).
A metodologia de cálculo do CUB/m² e do CUB/m² desonerado é a mesma, ou seja, ambos seguem as determinações da Lei Federal 4.591/64 e da ABNT NBR 12.721:2006. A diferença encontra-se no percentual de encargos sociais incidentes sobre a mão de obra. No CUB/m² que não considera a desoneração da mão de obra, os encargos previdenciários e trabalhistas (incluindo os benefícios da Convenção Coletiva de Trabalho) totalizam 188,16%. Já no CUB/m² desonerado, os encargos previdenciários e trabalhistas (também incluindo os benefícios da Convenção Coletiva) somam 157,69%.