O Custo Unitário Básico de Construção (CUB/m² – projeto-padrão R8N) registrou alta de 0,15% em outubro em relação ao mês anterior. Essa variação, que foi a maior registrada desde maio, quando o referido indicador apresentou elevação de 0,24%, é justificada pelo incremento de 0,50% no custo com material de construção. Em relação aos demais componentes do CUB/m² observou-se que a mão de obra e o aluguel de equipamentos ficaram estáveis, enquanto as despesas administrativas apresentaram redução de 1,62%.
Com este resultado, o custo do metro quadrado de construção em Belo Horizonte, para o projeto-padrão R8-N (residência multifamiliar, padrão normal, com garagem, pilotis, oito pavimentos-tipo e três quartos) que em setembro/15 era R$1.167,58 passou para R$1.169,38 em outubro. O CUB/m² é um importante indicador de custos do setor e acompanha a evolução do preço de material de construção, mão de obra, despesa administrativa e aluguel de equipamento. É calculado e divulgado mensalmente pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), de acordo com a Lei Federal 4.591/64 e com a Norma Técnica ABNT NBR 12721:2006 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
O coordenador sindical do Sinduscon-MG, economista Daniel Furletti, destaca: “Neste mês a elevação de 0,50% no custo com material aconteceu em função da alta mais expressiva em alguns itens como a emulsão asfáltica (+4,31%), o tubo de PVC-R rígido reforçado para esgoto (+4,06%) e a placa cerâmica (+2,88%). Entretanto, o incremento nos preços não está acontecendo de forma generalizada. A Construção Civil é um dos setores que mais têm sentido os reflexos do conturbado cenário macroeconômico nacional, caracterizado por juros elevados, inflação superior ao teto da meta, desajustes nas contas públicas, desemprego crescente, com redução das vagas com carteira assinada e também maior dificuldade de obtenção do crédito imobiliário. O resultado é a expressiva redução das atividades do setor, o que provoca um enfraquecimento na demanda dos seus insumos básicos. Desta forma, o custo com matérias de construção vem mantendo relativa estabilidade nos últimos meses, influenciando o resultado do custo setorial. Em outubro, 61,54% dos itens pesquisados para o cálculo do CUB/m² mantiveram seus preços iguais ao mês anterior.
Vale destacar que o faturamento deflacionado da indústria de materiais de construção, divulgado pela Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), registrou retração de 11,4% no acumulado de janeiro a setembro/15 em relação a igual período do ano anterior, demonstrando, portanto, que a redução das atividades da Construção têm impactado diretamente a sua cadeia produtiva.
Resultado acumulado no período de janeiro a outubro/15: Nos primeiros dez meses de 2015 o CUB/m² acumulou alta de 5,05%. Neste mesmo período, o custo com material de construção cresceu 3,16%, o custo com a mão de obra aumentou 6,74%, as despesas administrativas subiram 3,59% e o custo com o aluguel de equipamentos cresceu 12,83%. Neste período, alguns materiais se destacaram pela expressiva variação em seus preços como a porta interna semi-oca para pintura (+17,33%), a tinta látex PVA (+16,08%), o bloco cerâmico (+11,11%), a emulsão asfáltica (+11,00%), a telha fibrocimento (+9,04%) e a placa de gesso liso (+8,40%).
Acumulado nos últimos 12 meses (novembro/14-outubro/15): Nos últimos doze meses encerrados em outubro/15, o CUB/m² (projeto-padrão R8-N) registrou alta de 5,24%. Esse resultado refletiu aumentos nos seguintes custos: 3,57% no material de construção, 6,74% na mão de obra, 3,59% na despesa administrativa e 16,44% no aluguel de equipamento. Neste período, os materiais que apresentaram maiores elevações em seus preços foram: tinta látex PVA (+20,49%), porta interna semi-oca para pintura (+17,33%), tubo PVC-R rígido reforçado para esgoto (+14,12%), emulsão asfáltica (+12,37%) e bloco cerâmico (+11,11%).
Resultado do CUB/m² desonerado
O CUB/m² desonerado aumentou 0,16% em outubro15, acumulando elevação de 4,92% nos primeiros dez meses de 2015 e 5,13% nos últimos 12 meses (novembro/14-outubro/15).
A metodologia de cálculo do CUB/m² e do CUB/m² desonerado é a mesma, ou seja, ambos seguem as determinações da Lei Federal 4.591/64 e da ABNT NBR 12.721:2006. A diferença encontra-se no percentual de encargos sociais incidentes sobre a mão de obra. No CUB/m² que não considera a desoneração da mão de obra, os encargos previdenciários e trabalhistas (incluindo os benefícios da Convenção Coletiva de Trabalho) totalizam 185,78%. Já no CUB/m² desonerado, os encargos previdenciários e trabalhistas (também incluindo os benefícios da Convenção Coletiva) somam 152,08%.
Assessoria de Comunicação do Sinduscon-MG
Jornalistas: Néllie Vaz Branco e Bruno Carvalho
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Em 05/11/2015