Conforme vem acontecendo nos últimos meses, o Custo Unitário Básico de Construção (CUB/m²) continuou registrando relativa estabilidade. A variação de 0,12% verificada em agosto em relação ao mês anterior foi a segunda menor do ano, ficando superior somente a alta de 0,07% observada em julho. Em agosto o custo com material de construção aumentou 0,19%, o custo com a despesa administrativa elevou-se em 0,83% e o custo com aluguel de equipamento cresceu 3,81%. Já o custo com a mão de obra não registrou crescimento.
O CUB/m² é um importante indicador de custos do setor e acompanha a evolução do preço de material de construção, mão de obra, despesa administrativa e aluguel de equipamento. É calculado e divulgado mensalmente pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), de acordo com a Lei Federal 4.591/64 e com a Norma Técnica ABNT NBR 12721:2006 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
O custo do metro quadrado de construção em Belo Horizonte, para o projeto-padrão R8-N (residência multifamiliar, padrão normal, com garagem, pilotis, oito pavimentos-tipo e três quartos) que em julho era R$1.165,46 passou para R$1.166,87 em agosto.
De acordo com a avaliação do economista Daniel Furletti, coordenador sindical do Sinduscon-MG, não existe espaço para aumentos nos custos da Construção em função dos números negativos registrados pelo setor. “No primeiro semestre de 2015, em relação à igual período do ano anterior, a Construção Civil mineira apresentou queda de 8,5% em suas atividades. Um número preocupante, especialmente considerando a sua importância para o desenvolvimento do País”, destaca o coordenador do Sinduscon-MG.
A queda das atividades do setor também representa menor geração de empregos, além de redução na produção e no faturamento da indústria de materiais de Construção. “De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção física industrial dos insumos típicos da Construção Civil no Brasil apresentou queda de 10,1% no acumulado dos sete primeiros meses de 2015 em relação a igual período do ano anterior. O faturamento da indústria de materiais de Construção, conforme informações divulgadas pela Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) reduziu 10,1% nos primeiros oito meses de 2015 em relação à igual período do ano anterior. Portanto, como se observa, os números não são satisfatórios”, analisa Daniel Furletti.
Apesar da relativa estabilidade no custo, alguns materiais de construção apresentaram variações expressivas em agosto em relação a julho: tinta látex PVA (+4,92%), placa de gesso liso 0,60 x 0,60m (+4,23%), aluguel de betoneira (+4,00%), bloco cerâmico (+2,56%) e porta interna semi-oca para pintura (+2,30%).
Resultado acumulado no período de janeiro a agosto/15
Nos primeiros oito meses de 2015 o CUB/m² acumulou alta de 4,82%. Neste mesmo período, o custo com material de construção cresceu 2,53%, o custo com a mão de obra aumentou 6,74%, as despesas administrativas subiram 5,30% e o aluguel de equipamentos cresceu 8,41%. No acumulado de janeiro a agosto/15 também se observa aumentos expressivos nos preços de alguns materiais como a porta interna semi-oca para pintura (+17,11%), a tinta látex PVA (+16,08%) e o bloco cerâmico para alvenaria de vedação (+11,11%).
Acumulado nos últimos 12 meses (setembro/14-agosto15)
Nos últimos doze meses encerrados em agosto/15, o CUB/m² (projeto-padrão R8-N) registrou alta de 5,24%. Esse resultado refletiu aumentos nos seguintes custos: 3,40% no material de construção, 6,74% na mão de obra, 5,30% na despesa administrativa e 18,36% no aluguel de equipamento. Neste período, os materiais que apresentaram maiores elevações em seus preços foram: tinta látex PVA (+20,19%), aluguel de betoneira (+18,18%), porta interna semi-oca para pintura (+17,11%), placa de gesso liso (+16,56%), bloco cerâmico (+11,11%) e tubo de PVC-R rígido reforçado para esgoto – 150mm (+10,22%).
Resultado do CUB/m² desonerado
O CUB/m² desonerado aumentou 0,13% em agosto/15, acumulando alta de 4,68% nos primeiros oito meses de 2015 e 5,12% nos últimos 12 meses (setembro/14-agosto/15).
A metodologia de cálculo do CUB/m² e do CUB/m² desonerado é a mesma, ou seja, ambos seguem as determinações da Lei Federal 4.591/64 e da ABNT NBR 12.721:2006. A diferença encontra-se no percentual de encargos sociais incidentes sobre a mão de obra. No CUB/m² que não considera a desoneração da mão de obra, os encargos previdenciários e trabalhistas (incluindo os benefícios da Convenção Coletiva de Trabalho) totalizam 185,78%. Já no CUB/m² desonerado, os encargos previdenciários e trabalhistas (também incluindo os benefícios da Convenção Coletiva) somam 152,08%.
Assessoria de Comunicação do Sinduscon-MG