O Custo Unitário Básico de Construção (CUB/m² – projeto-padrão R8N) registrou alta de 0,07% em julho, em relação ao mês anterior. Essa variação foi justificada pelo incremento de 0,14% no custo com material de construção e 4,42% no aluguel de equipamento. Os demais componentes do referido indicador (mão de obra e despesa administrativa) apresentaram estabilidade.
Com este resultado, o custo do metro quadrado de construção em Belo Horizonte, para o projeto-padrão R8-N (residência multifamiliar, padrão normal, com garagem, pilotis, oito pavimentos-tipo e três quartos) que em junho era R$1.164,64 passou para R$1.165,46 em julho. O CUB/m² é um importante indicador de custos do setor e acompanha a evolução do preço de material de construção, mão de obra, despesa administrativa e aluguel de equipamento. É calculado e divulgado mensalmente pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), de acordo com a Lei 4.591/64 e com a Norma Técnica ABNT NBR 12721:2006 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Em julho os insumos que apresentaram as maiores elevações em seus preços foram: aluguel de betoneira (+4,17%), placa de gesso liso (+3,17%), disjuntor tripolar 70A (+2,09%) e registro de pressão cromado ½” (+1,18%). Estes aumentos foram superiores a variação do IPCA/IBGE (considerado o indicador oficial da inflação no País), que em julho aumentou 0,62%.
O coordenador sindical do Sinduscon-MG, economista Daniel Furletti, destaca: “Apesar da alta mais expressiva em alguns itens, observa-se, no geral, que os preços dos materiais de construção têm mantido relativa estabilidade. Um dos fatores que pode ajudar a explicar essa situação é a demanda mais enfraquecida. O desempenho do setor da Construção Civil não é satisfatório e reflete o cenário macroeconômico nacional com a redução dos investimentos, inflação superior ao teto da meta, aumento dos juros, fragilidade do mercado de trabalho, redução da renda e as recentes dificuldades no crédito imobiliário. E certamente a indústria de materiais de construção sente os reflexos da redução das atividades do setor. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), o faturamento deflacionado da indústria de materiais de construção no Brasil registrou retração de 9,1% no período de janeiro a julho/15 em relação a igual período do ano anterior. A produção de materiais também registrou queda. Conforme pesquisa realizada pelo IBGE, a produção física industrial dos insumos típicos da Construção Civil no Brasil apresentou retração de 9,6% no primeiro semestre do ano em relação a igual período de 2014”.
Resultado acumulado no período de janeiro a julho/15: Nos primeiros sete meses de 2015 o CUB/m² (projeto-padrão R8-N) registrou alta de 4,70%. Esse resultado refletiu aumentos nos seguintes custos: 2,33% no material de construção, 6,74% na mão de obra, 4,43% na despesa administrativa e 4,42% do aluguel de equipamento.
De janeiro a julho de 2015 as maiores altas de preços foram observadas nos seguintes materiais: porta interna para pintura (+14,47%), tinta látex PVA (+10,64%), bloco cerâmico para alvenaria de vedação (+8,33%), emulsão asfáltica (+7,94%) e telha fibrocimento ondulada 6mm (+7,18%).
Acumulado nos últimos 12 meses (agosto/14-julho/15): Nos últimos doze meses encerrados em julho/15, o CUB/m² (projeto-padrão R8-N) registrou alta de 5,19%. Esse resultado refletiu aumentos nos seguintes custos: 3,39% no material de construção, 6,74% na mão de obra, 4,43% na despesa administrativa e 14,01% no aluguel de equipamento. Neste período, os materiais que apresentaram maiores elevações em seus preços foram: tinta látex PVA (+14,56%), porta interna para pintura (+14,47%), locação de betoneira (+13,64%), tubo de PVC rígido reforçado para esgoto – 150mm (+13,63%), placa de gesso liso (+12,07%), emulsão asfáltica impermeabilizante (+11,34%) e bacia sanitária branca com caixa acoplada (+9,84%).
Resultado do CUB/m² desonerado
O CUB/m² desonerado aumentou 0,08% em julho/15, acumulando alta de 4,55% nos primeiros sete meses de 2015 e 5,08% nos últimos 12 meses (agosto/14-julho/15).
A metodologia de cálculo do CUB/m² e do CUB/m² desonerado é a mesma, ou seja, ambos seguem as determinações da Lei 4.591/64 e da ABNT NBR 12.721:2006. A diferença encontra-se no percentual de encargos sociais incidentes sobre a mão de obra. No CUB/m² que não considera a desoneração da mão de obra, os encargos previdenciários e trabalhistas (incluindo os benefícios da Convenção Coletiva de Trabalho) totalizam 185,78%. Já no CUB/m² desonerado, os encargos previdenciários e trabalhistas (também incluindo os benefícios da Convenção Coletiva) somam 152,08%.
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