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De pedreiro a engenheiro, falta trabalhador nas obras

Planos. Warlley dos Santos foi promovido depois de 40 dias de trabalho, voltou a estudar e agora quer fazer faculdade de engenharia Carpinteiro é um dos profissionais mais disputados do mercado Ana Paula Pedrosa e Queila Ariadne É difícil andar um quarteirão em Belo Horizonte sem encontrar uma obra. E para quem executa as obras, é cada vez mais difícil encontrar mão de obra em todos os níveis. Do pedreiro ao engenheiro, as construtoras estão em busca de pessoal. “Hoje nós precisamos de encarregado, engenheiro, carpinteiro e qualquer pedreiro que aparecer é contratado”, diz o diretor administrativo da construtora Concreto, Miguel Safar Filho. Para driblar o problema, a construtora Lincoln Veloso investe em treinamento. O guincheiro Warlley Assis dos Santos, 19, entrou na empresa como ajudante, fez curso interno, foi promovido em 40 dias e agora faz planos. “Voltei a estudar e agora quero fazer engenharia”, diz. Para outras funções, o recurso é terceirizar. É o caso do carpinteiro, um profissional quase em extinção. “Carpinteiro e ouro é a mesma coisa, não acha sobrando”, diz o superintendente técnico da construtora, Wander Carvalho. Para garantir pessoal, a empresa contratou uma outra, a Proforma, especializada no segmento, que fica responsável por contratar o pessoal. O diretor de logística da empresa, Guilherme Drummond, diz que o jeito para atender à demanda é contratar pessoal menos qualificado e investir na formação do profissional. Salários. Para segurar os bons profissionais as empresas colocaram a mão no bolso. A gerente de Recursos Humanos da Paranasa, Érica Falci, diz que os salários dos engenheiros subiram até 20% no último ano. “Se não subisse o salário, perdia o profissional para o mercado”, afirma. A valorização chegou também ao estagiário. Natália Campos de Oliveira,22, só vai se formar em engenharia civil daqui a dois anos e meio, mas já tem carteira assinada. A estratégia, explica o diretor da Engeclam, empresa onde ela trabalha, Eduardo Henrique Moreira, é segurar uma boa profissional, e se prevenir em um mercado muito competitivo. “O mercado está tão carente de engenheiros que preferimos arcar com os custos da efetivação para garantir a profissional no futuro”, explica. Em dois anos de empresa, o salário dela passou de R$ 500 para R$ 1.000. Para presidente do Crea-MG, diploma não garante emprego Apesar da grande demanda por profissionais do setor, o presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea-MG), Gilson Queiroz, diz que apenas o diploma universitário não é suficiente para um profissional ser disputado pelo mercado de trabalho. “Só a graduação não resolve. É preciso investir em especialização e ter habilidades, como saber planejar”, afirma o presidente do Crea. Mesmo quem já tem experiência não pode ficar parado. Ele diz que a grande demanda dos últimos anos abriu espaço para profissionais que estavam afastados da engenharia voltassem ao mercado, mas esses engenheiros e arquitetos também têm que investir em atualização para continuarem a ter emprego mesmo depois que o “boom” do setor passar. (APP e QA).