Consultores, acadêmicos, empresários e dirigentes de empresas que lidam com obras industriais se dedicaram, na tarde desta quinta-feira, 25, em Brasília (DF) à busca de instrumentos que contribuam para um melhor entendimento entre contratantes e fornecedores, ou contratadas. Durante o painel Aprimoramento das Relações Contratuais Como Fator de Redução dos Custos dos Projetos, previsto na programação do 89º Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC), os participantes trocaram experiências e cogitaram soluções que podem render menor custo, a agilização de processos, a antecipação de prazos e ganhos mútuos.
Os debates trouxeram propostas para inclusão nos contratos da previsão de reuniões pré-agendadas, a adoção de um painel de especialistas isentos para a solução de conflitos e a inclusão de uma cláusula com a indicação de uma instituição privada que atue no sentido de solucionar eventuais impasses. O debate em nome do aperfeiçoamento das relações contratuais contaram com a presença de empresários e dirigentes de empresas de construção e, pela terceira vez, participaram representantes de empresa contratantes. Gerentes e diretores compartilharam sua experiência e disseram das ações da empresa para melhorar sua relação com fornecedores.
O painel desta quinta-feira é resultado de uma iniciativa do Fórum Nacional de Empresas Prestadoras de Serviços da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), que existe desde 2012 e promove reuniões periódicas entre seus participantes. O grupo, que funciona sob a presidência do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG) busca a redução dos custos, a maturidade institucional das empresas e maior sucesso com os projetos – em 2012, quando os participantes começaram a se reunir, pesquisa especializada com participação do Sinduscon-MG mostrou elevado nível de fracasso em implantação de projetos.
A experiência mostra que o caminho para o aperfeiçoamento dos contratos está na adoção de relações mais transparentes, regras mais claras, capacitação técnica para a adoção de soluções alternativas e a previsão de cláusulas com penalidades ou bonificações compatíveis. Essas quatro temas orientaram as intervenções das três dezenas de presentes, que se dedicaram às discussões durante quase cinco horas. “Esse evento superou a expectativa porque as empresas expuseram com muita clareza e abertura seus problemas e as soluções que praticam”, avaliou o coordenador do fórum e vice-presidente de Obras Industriais e Públicas do Sinduscon-MG, Ilso José de Oliveira.
“Cláusulas muito restritivas podem significar exigências demasiadas, que têm reflexo no custo e impedem a contratada de trazer uma melhor solução”, relatou o gerente de Estratégia de Contratação e Gestão de Categorias da Petrobras, Dimitrios Magalhães. Equipe com quatro executivos participou do painel e três deles fizeram apresentações sobre os métodos que a empresa coloca em prática para melhoria da relação com seus fornecedores. “A Petrobras tem experiência de sucesso ao adotar clausulas menos descritivas e mais operacionais”, avaliou o consultor Marcelo Fernandes, diretor-geral da DN2 Inteligência em Negócios. “A melhor forma de resolver um pleito é não cria-lo”, concluiu.
O 89° Encontro da Indústria da Construção (ENIC) é uma promoção da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e uma realização do Sinduscon-DF. As reuniões técnicas das Comissões, Fóruns e Banco de Dados da CBIC contam com a correalização do SENAI Nacional e SESI Nacional.
Foto: Platini Damascena/CBIC