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EM FALTA

Habitação. Poder público, iniciativa privada e sociedade buscam soluções para déficit ALESSANDRA MIZHER O setor da construção civil vai muito bem, obrigado. Entretanto, um segmento da sociedade ainda sofre com a falta de moradia. De acordo com dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o déficit habitacional do país está chegando a oito milhões. Isso revela a importância da discussão do assunto por diversos setores da sociedade. Esse foi o tema do 1º Fórum da Habitação de Interesse Social, evento que aconteceu na última semana em Belo Horizonte e reuniu representantes do poder público, iniciativa privada e sociedade civil. O encontro teve como objetivo buscar soluções para uma moradia digna, promovendo a reflexão sobre as políticas públicas e os investimentos privados para o segmento da Habitação de Interesse Social (HIS), além de lançar oficialmente a Campanha Nacional pela Moradia Digna no Estado. De acordo com Teodoro Alves Lamounier, presidente da Companhia de Habitação do Estado de Minas Gerais (Cohab- MG), além do problema do déficit habitacional do país, existem outras questões graves como as habitações precárias, construções informais, clandestinas ou irregulares. “A falta de moradia dentro dos padrões adequados gera muitos outros problemas como más condições de saúde, saneamento, desestruturação familiar e até aumento da violência”, explica. Os temas foram debatidos por diversos representantes da sociedade civil. Segundo Bernadete Pinheiro Coury, superintendente nacional da Caixa Econômica Federal, para tentar amenizar o déficit no país, no ano passado o governo federal, por meio do banco, liberou R$1,8 bilhão em subsídio de moradias para famílias com renda até três salários mínimos. “Em 2008, foram R$ 1,5 bi em recursos”, enfatiza a superintendente. Entretanto, para Marcos Landa, coordenador do Movimento Nacional da Luta pela Moradia (MNLM) e conselheiro do Ministério das Cidades, os recursos ainda são insuficiente para a solução do problema. “As políticas públicas do governo federal ainda são tímidas e os recursos, escassos. Além disso, há uma enorme burocracia para que famílias com rendas inferiores a três salários mínimos consiga o benefício. Existe um enorme antagonismo do governo federal, que,em 2008, liberou mais de R$ 6 bilhões para segurança pública e, para habitação de interesse social, destinou apenas R$ 1 bilhão”, revela.