A dificuldade em captação de recursos por parte das construtoras poderá intensificar a aquisição de terrenos através de permutas no Estado. A modalidade de compra já é uma tendência que vem sendo registrada em Minas Gerais. Ao formar os bancos de terrenos por meio de permutas as empresas poderão ter maior disponibilidade de capital para os lançamentos de novos empreendimentos imobiliários, de acordo com o diretor de Desenvolvimento Imobiliário do grupo Paranasa, Jânio Valeriano Alves. “É uma forma atrativa para os empresários e proprietários que buscavam valor agregado para seus terrenos”, afirmou. Segundo o diretor, os lançamentos da Paranasa em sua maior parte estão em terrenos adquiridos por meio de permuta. “Isso é uma tendência em Minas”, afirmou. Conforme ele, grandes construtoras já sinalizaram que só deverão formar os seus bancos de terrenos por meio de permuta, pois perceberam que esta é melhor saída. De acordo com Alves, os valores dos terrenos no Estado foram inflacionados em virtude da alta demanda. “Algumas construtoras se capitalizaram ao negociar ações na bolsa de valores e compraram uma grande quantidade de área para futuros lançamentos”, informou. Segundo ele, estas ações foram prejudiciais, pois muitas empresas ficaram sem capital para investir em novos lançamentos. De acordo com Alves, mesmo com a crise, as projeções da companhia para este ano foram mantidas. Em 2008 a empresa deverá registrar um Valor Geral de Vendas (VGV) lançado de aproximadamente R$ 100 milhões. “Ainda estamos avaliando as projeções para o próximo ano, mas não esperamos impactos significativos”, informou. (RT) Cimento tem “alta pontual” Os preços do cimento não aumentarão nos níveis do segundo semestre do ano passado, quando apresentaram elevação superior a 50%, segundo o secretário Executivo do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (Snic), José Otávio de Carvalho. De acordo com ele, apesar do período de “pico” das vendas e das altas nos custos de produção, as indústrias não estão repassando os preços. No ano passado houve uma recuperação de preço defasado que surgiu a partir de um período de retração do setor da construção civil e de obras de infra-estrutura, culminando em recuo nas vendas do insumo, obrigando as cimenteiras a reduzir os preços em mais de 50%, conforme Carvalho. De acordo com ele, as pequenas elevações das últimas semanas foram pontuais. “O que ocorreu é que quando algumas indústrias interrompem parte do processo produtivo, os compradores de determinada região suprida pelo fornecimento acabam comprando em outros parques fabris, acarretando repasses no valor do frete, que fica mais caro”, explicou Carvalho. Conforme dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), de janeiro a agosto deste ano o cimento apresentou alta de 2,82% na Capital, no que diz respeito às compras feitas diretamente da indústria. O saco de 50 quilos passou de R$ 14,20 para R$ 14,60 no período. MARX FERNANDES