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Especialista defende novo caminho para habitação social durante Enic 2014

O economista Eduardo Giannetti da Fonseca defendeu mudanças na política de construção de habitação social pelo governo federal. Segundo ele, a estratégia de subsídios não pode ser o único caminho para sanar o déficit no setor, que hoje está em 3,85 milhões de residências, de acordo com pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

“Entendo que parte do déficit possa ser coberto pelos subsídios, mas é preciso que as famílias façam poupança e tenham acesso a crédito voluntário com juros adequados”, afirmou Giannetti, bastante aplaudido, durante painel com profissionais da indústria da construção durante o ENIC.

O programa Minha Casa, Minha Vida, lançado em 2009, subsidia até 95% do valor do imóvel na faixa de renda de quem recebe de 1 a 3 salários mínimos (faixa 1). Na solenidade de abertura do 86º ENIC, na noite de quarta-feira (21), a presidente Dilma Rousseff defendeu a continuidade do programa e os subsídios.

“O Minha Casa Minha Vida depende de vontade política para existir. Sem subsídios, ele não existe. A equação valor do imóvel e salário das famílias das classes mais baixas não bate. Por isso, o governo aporta recursos no programa para fechar essa equação. É o programa federal no qual gastamos os maiores valores com subsídios”, explicou a presidente.

Giannetti, que participou do painel em substituição ao presidenciável Aécio Neves, que não pode participar da sabatina com profissionais do setor da construção, também falou sobre problemas de infraestrutura urbana. Ele lembrou que 40% dos municípios não possuem coleta e tratamento de esgoto.

Indagado pelo presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, Paulo Safady Simão, sobre os gargalos que o setor enfrenta, o economista citou a problemática da legislação ambiental. “É preciso melhorar, urgentemente, o processo de licenciamento ambiental, criando regras claras para o setor. As obras não podem parar no meio do caminho.”

Cenário econômico – Eduardo Giannetti traçou um panorama da economia brasileira nas três últimas décadas. Segundo ele, o País estabeleceu o tripé macroeconômico de crescimento – superávit primário, câmbio flutuante e autonomia do Banco Central – no segundo mandato do ex-presidente Fernando Henrique (1999-2002) e no primeiro do ex-presidente Lula (2003-2006). “Até 2010, esses pilares sustentaram nosso crescimento. No entanto, a partir de 2011, houve reversão de expectativas. O Brasil que parecia decolar só vem desapontando”.

Fonte: Assessoria de Imprensa do 86º Enic