Sinduscon – MG

Notícias

Home / Guia da sustentabilidade

Guia da sustentabilidade

Publicação do sistema Fiemg orienta empresários da construção sobre práticas ambientais Humberto Siqueira O sistema Fiemg, por meio da Câmara da Indústria da Construção (CIC-Fiemg), lançou na semana passada, em Belo Horizonte, o Guia da sustentabilidade na construção. A idéia é orientar os empresários do setor sobre os conceitos que envolvem a construção sustentável e apontar os benefícios potenciais internos e externos aos empreendimentos que adotam suas premissas. O guia define as principais ações e procedimentos a serem adotados em cada etapa de uma obra e os cuidados no planejamento da edificação para que ela se encaixe na definição da sustentabilidade. Ou seja, que promovam integração com o meio ambiente, adaptando-o para as necessidades de uso, produção e consumo humano, sem esgotar os recursos naturais, preservando-os para as futuras gerações. O manual também orienta quanto à adoção de soluções que resultem em edificações econômicas e bem-estar social. Segundo o presidente da CIC-Fiemg, Teodomiro Diniz Camargo, o foco da publicação é nas edificações habitacionais e esse guia deve ser aprimorado por outros segmentos. “Representantes de outros setores e instituições são bem-vindos com sugestões relacionadas aos seus serviços e produtos que possam contribuir para a sustentabilidade da construção”, afirma. Para Ricardo Alfeu, diretor-geral da construtora RKM, a edição do guia chega em bom momento e será uma importante ferramenta para reforçar o conceito de sustentabilidade e preservação do meio ambiente. “Ela sintetiza várias ações nas diferentes fases da obra. Até considero uma ou outra não exeqüíveis. Mas traz muitas informações úteis”, pontua. Sensibilizado pelas questões ambientais, Ricardo já adota algumas medidas há anos. “Sempre que podemos agregamos novas técnicas e produtos nesse intuito. Até já alteramos o projeto de um edifício residencial, deixando um apartamento sem varanda para não cortar uma árvore da rua. Fazemos uso de pastilha de casca de coco, grama sintética feita a partir de borracha de pneus usados, redutor nos chuveiros e trabalho criterioso para evitar desperdícios retidos na obra. Ou seja, se um pedreiro faz uma parede e ela fica ligeiramente fora do prumo, será necessária uma quantidade maior de cimento para corrigi-la. E assim a natureza é afetada com extração de matéria-prima, gasto de energia e outros”, explica. “Pretendo adotar boa parte das medidas sugeridas na cartilha.” Construção consciente Implementação de melhorias no desempenho ambiental e social de empreendimentos é um dos objetivos do guia, que reforça a idéia da sustentabilidade desde a concepção da obra O Guia da sustentabilidade na construção chega ao mercado mineiro para incentivar as construções sustentáveis. Mostra como as obras devem ser concebidas e planejadas a partir de várias premissas, entre elas a escolha de materiais ambientalmente corretos, de origem certificada e com baixas emissões de CO²; gerar menos resíduos durante a fase de obra; cumprimento de normas técnicas, principalmente as de desempenho, que suprimam menores áreas de vegetação; demandem menos energia e água em todas as fases – construção e uso – e que possam ser amplamente reaproveitadas no fim de seu ciclo de vida. As dicas e sugestões têm como objetivo criar condições favoráveis à implementação de melhorias no desempenho ambiental e social de empreendimentos habitacionais. Elas estão organizadas de acordo com as fases do ciclo de vida das edificações e com os temas abordados nas principais certificações voluntárias de construção sustentável atualmente disponíveis no mundo. O presidente da CIC-Fiemg, Teodomiro Diniz Camargos, que está à frente do trabalho, explica que as construções sustentáveis devem ser concebidas e planejadas a partir de várias premissas. “O primeiro passo é elaborar uma agenda prevendo quais medidas serão adotadas. É importante retomar o aproveitamento de fatores naturais, como luz, calor, ventilação, entre outros, abandonados com o advento da energia elétrica e tecnologias de aquecimento e resfriamento artificiais.” A sustentabilidade deve estar presente desde a concepção do empreendimento. Qualidade da implantação e dos serviços, gestão do uso da água, da qualidade do ambiente interno, do processo, do uso de energia, de materiais e (redução de) resíduos, prevenção de poluição e desempenho econômico são aspectos a serem observados. “O empreendimento sustentável deve ser economicamente viável para seus investidores e produzido com técnicas que reduzam o trabalho degradante e inseguro feito pelo homem”, avalia Teodomiro. Já na concepção do projeto, o profissional responsável deve promover uma harmonização com o entorno, evitando a movimentação de terras e a destinação de grandes volumes para o aterro sanitário público e locais inadequados. Buscar fornecedores e parceiros que trabalhem a responsabilidade socioambiental, políticas de qualidade e valorização de funcionários também é fundamental, assim como conceber o Plano de uso racional da água (Pura). “Adotar caixa de descarga de seis litros gera uma grande economia, pois a válvula gasta 18 litros. Na Europa já se usam caixas de descarga de dois ramais. Uma para eliminar líquidos e outra para eliminar sólidos”, observa. Avaliar a possibilidade da adoção do sistema de reuso de água é outro fator preponderante para o merecimento do título de edifício sustentável. No quesito energia, o aconselhável é utilizar softwares para avaliação da eficiência energética de projetos e sistema de aquecimento solar. Nesse intuito, usar recursos naturais como ventilação, ensolação e iluminação pode contribuir para poupar os recursos energéticos. O empreendedor e sua equipe devem avaliar os sistemas construtivos a serem usados no empreendimento sob a ótica dos custos, durabilidade, qualidade e proximidade dos fornecedores, quantidade e periculosidade dos resíduos gerados e sua modularidade. Ao levantar informações sobre os custos de cada sistema construtivo, deve-se levar em consideração também a fase de operação. O empreendimento deve ser concebido com vida útil mínima de 50 anos, atendendo as normas técnicas e de desempenho, especificando produtos e sistemas com vida útil semelhante e com flexibilidade para diferentes necessidades de futuros usuários. A opção por materiais biodegradáveis é recomendada no guia. Preferencialmente de fornecedores formais, que cumpram as diferentes legislações vigentes (ambientais, trabalhistas), e em conformidade com as normas técnicas, de desempenho ou programas setoriais de qualidade. Deve-se também mapear a proximidade dos fornecedores, para que a economia local seja estimulada e as emissões de gás dos veículos transportadores minimizada. Outra dica é fazer uma análise para calcular a perda de material, de custos com transporte e de disposição em aterro comum e especial de resíduos. O empreendedor deve observar a legislação local e solicitar um mapeamento dos locais onde os resíduos devem ser depositados. Baixa geração de resíduos implica redução de custos e baixo impacto ambiental. Isso inclui, entre outros aspectos, dimensionar corretamente ambientes, compatibilizar previamente os projetos, componentes e sistemas construtivos.