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Hora não é boa para vender

Só vale a pena se for para trocar de casa, pois os preços ainda tendem a subir Queila Ariadne Se o momento está bom para comprar, não é a melhor hora para vender. Segundo o gerente de novos negócios da Direcional Engenharia, Guilherme Diamante, só vale a pena vender agora se for para trocar de casa. “Os preços tendem a subir. Se não há intenção de compra, é melhor esperar a valorização, pois o valor que você vender um imóvel hoje não será suficiente para comprar outro amanhã”, alerta. Segundo o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon/MG), Walter Bernardes, só deve vender agora quem precisar de capital para investir num negócio concreto. “Vender por vender só para aplicar o dinheiro é uma bobagem muito grande, pois com as bolsas caindo, a pessoa estará trocando o virtual pelo real”, afirma. O presidente do Sindicato das Empresas Imobiliárias de Minas Gerais (Secovi/MG), Ariano Cavalcanti, explica que quem vender um imóvel agora, vai abrir mão de um ativo real, que é um patrimônio sólido. “Quem quer vender por vender talvez não encontre uma rentabilidade tão boa, é melhor esperar.” Muitas construtoras e incorporadoras brasileiras já anunciaram que pretendem frear os lançamentos para 2009, caso uma possível retração no crédito as impeça de conseguir recursos para alavancar as obras. Atrelado à alta dos custos da construção, este é mais um fator que pode aumentar os preços dos imóveis. Apesar dos temores, justiçados pela real possibilidade de retração de linhas de crédito, o setor está otimista. Das cinco construtoras e incorporadoras ouvidas pela reportagem, nenhuma pretende cancelar lançamentos para o ano que vem. O diretor comercial da Gran Viver, Fernando Drumond, admite que as vendas caíram em setembro, mas afirma que a recuperação veio em outubro. “Vamos manter os planos de lançar dois condomínios fechados e três loteamentos em Minas, num total de R$ 280 milhões.” O diretor-presidente da RKM Engenharia, Ricardo Alfeu, também confirma dois lançamentos para Belo Horizonte, no valor de R$ 120 milhões. “Acho que as condições do Brasil são saudáveis, pode ser que repensemos os lançamentos para 2010, mas não apostamos nisso.” O diretor comercial da Arco Incorporadora, Herbert Moreira, confirmou os planos para 2009, que totalizam cerca de R$ 200 milhões. O diretor da Patrimar, Marcelo Martins, também garantiu que os quatro lançamentos previstos para Belo Horizonte serão mantidos. “Da semana passada para cá tivemos uma série de medidas positivas anunciadas pelo governo, portanto nada justifica um travamento.” Habitação Caixa bate outro recorde de volume de financiamento A demanda por imóveis nunca esteve tão aquecida. A Caixa Econômica Federal acaba de bater novo recorde. Até outubro, já foram aplicados R$ 8 bilhões com recursos da poupança, um volume 69,3% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, quando a instituição emprestou R$ 4,74 bilhões. O valor supera até mesmo o montante aplicado em todo o ano passado, É 36,8% maior do que os R$ 5,872 bilhões emprestados de janeiro a dezembro de 2007. Com recursos FGTS, a Caixa liberou R $ 9,332 bilhões, contra R$ 5,760 bilhões no mesmo período do ano passado. O dinheiro foi suficiente para financiar cerca de 377 mil unidades no Brasil. Em Minas, foram investidos R$ 2,02 bilhões de recursos da poupança, valor 51% maior do que os R$ 1,32 bilhão do mesmo período de 2007. Além disso, foram aplicados R$ 1,1 bilhão com recursos FGTS. (QA)