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Imóveis: novas altas de preço virão

A valorização dos imóveis em Belo Horizonte tem sido muito comentada nos últimos tempos. De fato, há muito o mercado imobiliário da capital não vivia momento tão interessante, com tantos lançamentos e unidades vendidas. O ano de 2010 bateu recorde em número de novos apartamentos colocados à venda (5.792) desde o início do Plano Real, em julho de 1994. A comercialização de imóveis também registrou um excelente resultado: 6.201. Nos últimos 16 anos, este número ficou abaixo apenas de 2009, quando foram vendidos 6.251 apartamentos. Estes dados são da Fundação IPEAD/UFMG e referem-se a uma pesquisa mensal realizada com cerca de 100 construtoras. Apesar de não fazerem referência ao total do mercado de Belo Horizonte, sem dúvida, seus resultados refletem o desempenho das atividades do segmento imobiliário. Esta mesma pesquisa apurou também uma elevação de 13,96% nos preços dos imóveis residenciais novos na capital no ano passado e, ao que tudo indica, esses preços poderão subir ainda mais. Por isso, o momento para a compra da casa própria é agora. E o que justificaria isso? Bem, no mesmo ano de 2010, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), da Fundação Getúlio Vargas, apresentou alta de 7,7% em BH. A composição dos índices de custos da construção, como o INCC, envolve os custos com materiais e mão de obra. Os terrenos não são contabilizados. Porém, a participação do valor do terreno no custo total dos empreendimentos pode variar de 8 a 25%. Isto é, no segmento popular, a oscilação pode ser de 8 a 13%; nos residenciais para a classe média, chega a algo entre 14 e 20%; e para os imóveis de alto padrão, pode variar de 22 a 25%. Além desta alta participação, a escassez de áreas para se construir na cidade não é novidade e a escalada dos seus preços tem pressionado muito os valores dos empreendimentos. A redução da oferta de imóveis nos últimos anos e o aumento da demanda também ajudam a explicar o incremento dos preços dos apartamentos de uma forma geral, já que o mercado imobiliário é altamente concorrencial e tende a obedecer a “Lei da Oferta e da Demanda”. Apesar dessa alta nos preços dos imóveis, os interessados em adquiri-los devem ficar atentos agora. Isso porque um novo fator veio para induzir novos aumentos. Isto é, a nova Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo de Belo Horizonte, que entrou em vigor em julho do ano passado, veio reduzir o coeficiente de aproveitamento dos empreendimentos, restringindo seu potencial construtivo e elevando o custo da fração ideal da unidade imobiliária. Certamente, isso refletirá no custo final do imóvel para o consumidor e, infelizmente, é um fator que foge ao controle do construtor. Some-se a tudo isso a dificuldade de contratação de mão de obra, cada vez mais escassa e também mais valorizada. Tudo vai para o custo final do imóvel. Outra conseqüência da nova lei é a migração das construtoras para outras cidades, o que já vem acontecendo. Retrato disso é o recuo de 10,2% (de 1.576 para 1.415) nos pedidos para autorização de edificações junto à Prefeitura de BH no primeiro trimestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2010. Perde a capital em arrecadação e geração de emprego, renda e consumo. Por tudo isso, vai aqui uma dica para aqueles que estão avaliando a possível compra de um imóvel. Sim, aproveite o momento para fazer esse investimento tão importante. A hora é agora! * Jorge Luiz Oliveira de Almeida é diretor de Comunicação do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG).