A estabilidade econômica, a recuperação do emprego e da renda, o aumento da oferta de crédito e a queda da taxas de juros para o financiamento habitacional vem atraindo muitos que acumularam reservas para o investimento em imóveis, além de encorajar um contingente enorme de pessoas a realizarem o sonho da casa própria. Sim, investir no mercado imobiliário está mais interessante do que no mercado financeiro. Em Belo Horizonte, por exemplo, a valorização dos imóveis deve variar entre 20 e 25% neste ano. Se compararmos estes números com outras aplicações, aí sim, veremos que o imóvel é a bola da vez: até setembro, as aplicações no Índice Bovespa renderam apenas 1,23%, enquanto os fundos de renda fixa chegaram a 6,5% e a poupança a 5,08%. Portanto, a rentabilidade do mercado imobiliário está muito atraente para quem deseja investir a curto prazo. Para aqueles que tem como meta da vida a casa própria, o momento é mais do que oportuno. Considerando que os juros dos financiamentos imobiliários aplicados pela Caixa Econômica Federal – responsável por cerca de 70% dos empréstimos do setor imobiliário com recursos da poupança e do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) – variam de 4,5% a 8,5% ao ano para famílias com renda de até dez salários mínimos, e de 8,5% a 12% para as famílias com renda superior a dez mínimos, esta é a hora de buscar crédito para adquirir um imóvel. Principalmente, se compararmos esses valores aos juros comerciais. Trocar o aluguel pela prestação da casa própria também pode ser um bom negócio. Isto é, se a prestação não comprometer o orçamento familiar pelo período determinado pelo contrato. Por isso, é importante avaliar com cuidado as contas do final do mês. Dados da CAIXA apontam que o volume de crédito para a compra de imóveis passou de R$ 3,5 bilhões de janeiro a 10 de outubro de 2009 para R$ 6,3 bilhões no mesmo período deste ano, significando quase uma duplicação na quantidade de contratos assinados. Os financiamentos concedidos pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) também registraram uma evolução gigantesca. Na comparação de janeiro a setembro de 2009 com este ano, o volume de dinheiro cresceu 70 %. Esse cenário tem injetado ânimo na população. Estudo da FGV Projetos divulgado esta semana revelam que em dois anos (2008 e 2009) cresceu em 258 mil o total de famílias que querem deixar de dividir moradia com outros. Este número representa um aumento de 11,3% na intenção de mudar de casa contra um recuo de quase 11% na comparação de 2007 com 2008. O melhor de tudo isso é que o mercado imobiliário ainda não chegou ao seu limite com a valorização dos últimos anos. Ainda há muita demanda e, por isso, essa onda deve continuar crescendo, mas sempre em águas tranqüilas. Afinal, o investimento em imóveis sempre foi considerado o porto seguro para os entendidos em multiplicação de dinheiro. * Jorge Luiz Oliveira de Almeida é diretor de Comunicação do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG).