Há uma semana, mais precisamente no dia 11 de dezembro, foi comemorado o Dia do Engenheiro. Apesar da engenharia ter várias modalidades, dedicarei este espaço para falar dos colegas de profissão: engenheiros civis. Não faz muito tempo que esses profissionais puderam voltar a bater no peito com orgulho para afirmarem sua formação. Vivemos hoje um momento histórico de crescimento da atividade da indústria da construção, com geração recorde de empregos e investimentos. As grandes obras como as do Programa de Aceleração do Crescimento, do Programa Minha Casa Minha Vida, da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016, previstas para os próximos anos no País, colocam o mercado da engenharia como um dos mais promissores para os jovens brasileiros que buscam a formação universitária. Dados do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea) apontam que atualmente existem cerca de 712.418 engenheiros no Brasil. Desse total, 169.019 são engenheiros civis. Como se vê, os números são humildes para um país continental como o nosso e com enorme potencial de crescimento. Infelizmente, ainda formamos um número reduzido desses profissionais. De acordo com informações da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), apenas 5% dos alunos que completaram a graduação no Brasil em 2007 formaram-se em cursos de engenharia. Só para se ter uma ideia, na China, cerca de 35% dos egressos da graduação cursaram uma das diferentes modalidades de engenharia. Isso coloca o déficit na formação de novos como uma questão nacional estratégica que o país precisa resolver com urgência. É importante destacar que a engenharia tem papel fundamental para o progresso de qualquer país. Além de atuar de forma decisiva nas atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação das empresas, os engenheiros conhecimentos e habilidades que os tornam aptos a ocuparem posições de liderança em áreas que tradicionalmente não estão associadas às engenharias. Vejamos, em poucos mas significativos exemplos, porque essa profissão é tão associada ao desenvolvimento: quando se fala em desenvolvimento do setor produtivo, imediatamente vem à tona a necessidade de ampliação do nosso parque industrial, com a incorporação de novas tecnologias, implantação de novas indústrias e a ampliação das atuais. Quando se fala em desenvolvimento, imediatamente é levantada a importância de aumento da safra agrícola, obrigando, como decorrência, o aumento da nossa capacidade de transporte nas mais diversas formas, seja rodoviária, ferroviária, pluvial ou fluvial. Quando se fala em desenvolvimento, imediatamente se considera a necessidade da ampliação do nosso sistema de geração de energia elétrica, através das mais variadas alternativas, como elemento fundamental na obtenção de aumento da produção. Quando se busca o desenvolvimento, é necessário ter, como primordial, uma firme política habitacional para dar uma condição de vida mais digna ao ser humano. Quando se vislumbra o desenvolvimento, estamos falando de uma sociedade saudável, sem as endemias típicas dos países subdesenvolvidos, com água e esgoto tratados, bem como adequados sistemas de coleta de águas pluviais. Enfim, quando falamos em desenvolvimento nas suas mais diversas formas, estamos falando em ENGENHARIA, na sua concepção maior e mais abrangente. Isso demonstra a importância do papel do engenheiro que, podemos dizer, é a síntese de todas essas e muitas outras atividades que aqui não foram citadas. * Jorge Luiz Oliveira de Almeida é diretor de Comunicação do Sinduscon-MG.