Ontem, dia 27 de julho, foi comemorado o Dia Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho. A data foi instituída depois que foram publicadas, em 1972, as portarias nº 3236 e 3237. A primeira era referente ao Plano Nacional de Valorização do Trabalhador, responsável pela criação dos primeiros cursos de formação de profissionais de segurança. Já a segunda obrigou as empresas com mais de 100 funcionários a manterem o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SEESMT), com especialistas nas funções de médico do trabalho e engenheiro de segurança do trabalho. A partir dessas medidas, ao longo das últimas décadas, as empresas passaram a ter a segurança como prioridade. Hoje, elas não buscam apenas cumprir o mínimo que a lei estabelece, mas estão, efetivamente, implementando ações e programas para melhorar a segurança no ambiente de trabalho e o bem-estar de seus funcionários. No setor de Construção, uma importante iniciativa é o Programa Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho para a Indústria da Construção (PNSST IC), que foca na inovação tecnológica como meio de reduzir acidentes fatais e incapacitantes. Desde 2012, ações que incluem treinamento para gestores e operários, bem como diagnóstico sobre as condições do ambiente de trabalho, estão sendo realizadas. Até 2014, os investimentos no PNSST IC deverão chegar a R$ 18 milhões. A cultura prevencionista vem sendo construída ao longo das décadas e importantes mudanças já ocorreram. Contudo, sabemos que ainda há desafios que precisam ser superados com a mobilização de todos os agentes do setor. Quanto maior o nível de conhecimento sobre as medidas de segurança e o senso de responsabilidade de gestores e operários, mais segura será nossa indústria. As empresas sérias e que têm no seu DNA a essência do crescimento sabem que o desenvolvimento passa, impreterivelmente e fundamentalmente, pela valorização das pessoas dentro dos canteiros de obras. Por isso, posso assegurar que o setor de Construção em Minas Gerais tem como prioridade a segurança. Um dos inúmeros exemplos desse compromisso foi a criação, há 21 anos, e o fortalecimento do Serviço Social da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Seconci-MG). Desde junho de 1992, a entidade, que tem como foco a qualidade de vida dos trabalhadores, já realizou mais de 1 milhão de atendimentos na área de saúde, sendo 572.891 consultas médicas e 437.415 odontológicas. Já com a realização de cursos, treinamentos e palestras, a entidade conseguiu levar mais informação e conhecimento sobre saúde, educação e segurança do trabalho a mais de 513 mil pessoas. Sem dúvida, um importante resultado que contribui para o desenvolvimento socioeconômico e cultural de nossa sociedade. Hoje, o desafio da redução de acidentes de trabalho passa, em grande parte, pela regularização das empresas que operam no setor de Construção. Atualmente, o nível de informalidade no segmento está perto dos 60% e é justamente nos canteiros de obras irregulares onde acontece a maioria dos acidentes. Trazer essas empresas para a legalidade significa a abertura para que elas possam participar e se envolver em ações e atividades voltadas para a segurança no trabalho promovidas por entidades como o Seconci-MG e o Sinduscon-MG. Enfim, para avançarmos ainda mais nas décadas que estão por vir, precisamos intensificar a postura proativa que se desenvolveu no setor nos últimos anos, pautando sempre na prevenção e seguindo o princípio de que todo dia deve ser o Dia Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho. *Jorge Luiz Oliveira de Almeida é vice-presidente de Comunicação do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG). **Publicado em 28/07/2013 no jornal Estado de Minas – BH (Lugar Certo)