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Inovações na gestão de pessoas na Construção Civil são tema de congresso no Construa Minas 2024

Sandra Mara/Interface Comunicação

O “3º Congresso de Política, Relações Trabalhistas e Recursos Humanos”, realizado na manhã desta quinta-feira, dia 22 de agosto, durante a terceira edição do Construa Minas, provou que a Construção Civil não é referência apenas no desempenho da economia do país. O segmento passa a ser reconhecido também como detentor de processos diferenciados quando o assunto é gestão de pessoas.

Durante a abertura do Congresso, Carla Oliveira, presidente da Comissão de Política de Relações Trabalhistas do Sinduscon-MG (CPRT) e gerente de RH da Construtora Caparaó, deu boas-vindas aos presentes. “Esse encontro é importante para nós e para todas as empresas que participam desse segmento. É um momento de debater temas importantes, que visam a formação dessas equipes que estão presentes”, disse.

Gustavo Carvalho Diniz, vice-presidente de Política, Relações Trabalhistas e Recursos Humanos do Sinduscon-MG, destacou o evento como “uma grande oportunidade de trocar experiência e enriquecer os nossos conhecimentos para crescer enquanto profissionais e elevar o nosso setor cada vez mais”, completa.

Faça brincando – A consultora de Recursos Humanos, Giovana Pessamilio, proferiu a primeira palestra do dia, que teve como temaInovação na capacitação de pessoas com a lego training – Atividade vivencial com Lego Serious Play”. “É um método para facilitar a comunicação nas reuniões, facilitar o pensamento e a construção de ideias para resolução de problemas de indivíduos, equipes e organizações. Está fundamentado em extensa pesquisa nas áreas de negócios e estratégia, desenvolvimento organizacional, psicologia e aprendizagem, e baseia-se no conceito de ‘conhecimento das mãos’”, esclarece.

Ela complementa ainda que essa metodologia é aplicada para emergir o potencial das pessoas e seus valores individuais; desenvolver as equipes, a liderança e as relações interpessoais; desenvolver e validar modelos de negócios; realizar reuniões de planejamento estratégico. Identificar e definir missão, visão e valores institucionais; criar novos produtos ou serviços; além de analisar cenários e buscar soluções.

Na oportunidade, ela realizou uma oficina prática com os participantes. No primeiro momento, eles foram divididos em dez grupos, que tiveram como tarefa construir uma maquete de lego, relatando os desafios de gestão de pessoas. Em seguida, pediu que os presentes contassem a história de cada maquete e depois um representante do grupo relatou ideias para resolver os problemas.

Entre as soluções apontadas, foi apontado que é necessário que o setor crie ações de aproximação e integração entre as equipes dos escritórios e das obras, e crie também uma cultura de inclusão, além de humanizar o ambiente de trabalho, diferenciar o conceito de líder e chefe na prática e criar uma gestão horizontalizada para receber os mais jovens.

Mulheres –   Em seguida, Ingrade Brandão, coordenadora de Eficiência e Operações Pós Entrega da MRV, e Celira Fonseca, especialista em Diversidade, Inclusão, proferiram palestra sobre “Case MRV&CO – Capacitação e inserção de mulheres nos canteiros de obra” e apresentaram o projeto “Elas Transformam a Construção”. O objetivo da iniciativa é oferecer capacitação gratuita para mulheres em situação de vulnerabilidade social, preparando-as para atuar na área de manutenção predial. O projeto teve início em 2022 e tem sido um sucesso para aquelas que desejam explorar uma nova área no mercado de trabalho ou que estão em busca de oportunidades.

De acordo com Ingrade Brandão, a presença feminina na Construção Civil tem aumentado significativamente, gerando uma demanda por profissionais qualificadas. Por isso, surgiu a ideia de estabelecer parcerias com instituições de ensino e organizações do setor para capacitar essas mulheres. “Tenho muito orgulho de estar nesse projeto, junto com os diversos times que o desenvolve”, explica.

Para Celira Fonseca, existem cada vez mais mulheres dispostas a enfrentar e vencer a desigualdade, o preconceito e o assédio, pavimentando uma carreira no segmento. Assim, vão também derrubando mitos, como o de que o gênero feminino não tem vocação para as ciências exatas. “O projeto é uma oportunidade de inclusão das mulheres no mercado de trabalho e tem como objetivo capacitar e empoderar essas profissionais, contribuindo para a igualdade de gênero no setor da Construção Civil”, explica.

Pesquisa – Tatiane Laurindo, diretora de Práticas de Gente da Falconi, exibiu a pesquisa “Apresentação Pesquisa de Mão de Obra”. O estudo reuniu 123 companhias de diferentes tamanhos e naturezas de mão de obra operacional, com modelos de trabalhos tanto híbridos quanto presenciais, e aponta o que desenvolvimento de lideranças, atração, retenção, contratação e capacitação de profissionais são os maiores desafios notados pelas áreas de Recursos Humanos das empresas da indústria da Construção.

Tatiane Laurindo relata que a pesquisa indica que a realização profissional é indispensável para a autoestima dos trabalhadores, para a qualidade das obras e para o aumento da produtividade.  Além disso, quase metade dos respondentes aponta o desenvolvimento de líderes e a capacitação como principais desafios.  “Essa pesquisa traz como aprendizado e desafios o uso de análise de dados para aperfeiçoar a gestão de pessoas, melhoria dos processos dos ciclos de aplicação e reconhecimento, gerir de fato o absenteísmo e turnover, entre outros benefícios”, conclui.

Fórum de presidentes – O evento contou ainda com a realização do Fórum de Presidentes. A mediação ficou por conta de Neuza Chaves, consultora sênior associada à Falconi. Para ela, toda empresa que busca a longevidade deve pensar não somente em máquinas e inovações, mas também em pessoas. “Temos que trabalhar esse binômio, inovação e transformação digital e pessoas”, alerta.

Gilmar Dias dos Santos, CEO Grupo EPO, abriu o Fórum dizendo que as pessoas são o ativo mais importante dentro de uma empresa. “O verdadeiro sustentáculo das organizações reside no capital humano. Defendo a necessidade de reconhecê-lo não apenas como um custo, mas como um valor inegociável. É através delas que a empresa alcança seus objetivos e obtém maior lucratividade, produtividade e se torna verdadeiramente sustentável”, reconhece.

Alexandre Emilio Guimaraes Lodi, CEO do Grupo Caparaó, ressalta que uma empresa não é apenas uma marca e sim um conjunto ou uma formação de pessoas. “O grande desafio nosso do RH é identificar o propósito de cada um nesta empresa e qual talento essa pessoa tem para colaborar para promover do desenvolvimento de si próprio e da empresa”, diz.

Outro que também ressalta a importância das pessoas é Paulo Henrique Pinheiro de Vasconcelos, CEO da PHV. “Uma empresa é um time, um grupo unido e sincronizado. Se um profissional falhar, todos perdem em produtividade. Temos que criar uma cultura de times, com todos sintonizados no que ela faz”, completa.

Para encerrar Diogo Dronelas Dias, diretor técnico da Construtora Sudoeste, esclarece que atualmente fala-se muito indicador em todas as áreas da empresa, e não pode ser diferente no setor de Recursos Humanos. “O Departamento Pessoal às vezes fica ligado ao Financeiro. Entendo que o Departamento Pessoal deveria ser chamado de Administração de Pessoal e deve estar ligado ao RH, porque essa é a área que consegue fazer uma análise cada vez mais profunda”, elucida.

Segungo Laudeline Soeiro, gerente de Capital Humano do Grupo EPO e vice-presidente da Comissão de Política de Relações Trabalhistas do Sinduscon-MG, o objetivo do Congresso foi concluído. “Vamos sair daqui com muitos ensaios, com muita reflexão e aprendizado. Para finalizar agradeço a presença de todos, do presidente do Sinduscon-MG, Renato Michel, e dos organizadores e participantes deste evento.”

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O Construa Minas 2024 é uma realização do Sinduscon-MG e da CBIC, com apoio master do Sebrae. Tem patrocínio da Topmix (Diamante), Confea, Copasa/Governo de Minas e Sicoob Imob.Vc (Prata), Agera e Sienge (Bronze). E apoio institucional da ARMBH, CMI Secovi-MG e Sinaenco-MG.