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Juro cada vez menor para a casa própria

Caixa anuncia taxas mais baixas para financiar imóveis de até R$ 500 mil. Valor das prestações pode cair até 10,58% Geórgea Choucair Uma nova medida vai facilitar ainda mais a compra da casa própria. A Caixa Econômica Federal, o maior credor imobiliário do país, vai reduzir os juros dos financiamentos de imóveis feitos com recursos da caderneta de poupança. A partir de segunda-feira, as taxas dos contratos vão ficar entre 8,2% e 11,5% ao ano mais a Taxa Referencial (TR). A mudança vale para os contratos dentro e fora do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), que limita o preço do bem a R$ 500 mil. Com a queda dos juros, o valor das mensalidades pode cair até 10,58%, segundo a Caixa.A disputa dos bancos pelo mercado imobiliário se acirrou nos últimos dias. Esta semana, o Banco do Brasil (BB) anunciou a redução de suas taxas para o financiamento de imóveis a até 8,4% ao ano mais TR. O prazo máximo de financiamento passou de 25 para 30 anos. Na semana passada, o Bradesco e o Nossa Caixa também alteraram suas regras de financiamento. O Bradesco ampliou o prazo de 25 para 30 anos em todas as modalidades enquadradas no SFH. A taxa de juros dos contratos pós-fixados para imóveis que custam até R$ 120 mil, tanto novos quanto usados, caiu de 10% para 8,9% ao ano, mais TR. Na carteira de imóveis residenciais, com faixa de R$ 120 mil a R$ 500 mil, a taxa caiu de 11% para 10,9% ao ano, mais a variação da TR.”A queda da taxa do financiamento imobiliário foi possível porque estamos tendo um sinal de recuperação da economia, com os juros em baixa. A concorrência entre os bancos é saudável”, afirma Carlos Borges, vice-presidente de atendimento e distribuição da Caixa, que é responsável por 80% dos financiamentos imobiliários no país. Segundo simulação feita pela Caixa, um mutuário que financiar um imóvel no valor de R$ 150 mil, em prazo de até 30 anos, terá redução de 10,58% no valor da prestação. Se for financiado o valor de R$ 135 mil do bem, o mtuário vai pagar agora de mensalidade R$ 1.354,96. Com a taxa anterior, esse valor era de R$ 1.515,27 por mês.Os empréstimos da Caixa dentro do SFH, com imóvel no valor até R$ 500 mil, têm agora taxa de juros entre 8,2% e 10,5% ao ano mais TR, caindo até um ponto percentual na faixa máxima, para financiar unidades acima de R$ 200 mil. Antes, variavam entre 8,4% e 11,5% ao ano mais TR. Nos financiamentos fora do SFH, para imóveis que custam mais de R$ 500 mil, a Caixa reduziu os juros em 0,5 ponto percentual. No pagamento por boleto, as taxas são agora de 11,5% ao ano; débito em conta, são de 11% e de 10,5% ao ano para cesta de produtos, mais a TR. A Caixa não mexeu nas taxas dos financiamentos com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que oferecem os menores juros, que podem chegar a 4,5% ao ano. Esses financiamentos também estão dentro do SFH, com valor máximo do imóvel a ser financiado em R$ 500 mil. As condições para se enquadrar nessa linha, no entanto, são outras. O mutuário não pode ter outro imóvel e sua renda familiar mensal não deve ultrapassar R$ 3,9 mil. Nova taxa só vale em contrato novo Geórgea Choucair A Caixa informa que as novas taxas não valem para os contratos antigos, em função da segurança jurídica. Ou seja, o mutuário que fechou o contrato com taxa de juros maior não tem direito à redução. Até maio, a Caixa emprestou R$ 13,2 bilhões em contratos habitacionais, 106% mais em relação ao mesmo período de 2008. Borges ressalta que é três vezes o valor de todo o ano de 2003 e duas vezes o de 2004. Nos cinco primeiros meses deste ano, foram fechados 275.474 contratos no país, contra 130.872 no mesmo período do ano passado. A expectativa do banco é de que os contratos imobiliários somem R$ 30 bilhões em 2009, contra R$ 24 bilhões. “Em Minas Gerais, temos R$ 2,3 bilhões de orçamento para a habitação este ano. Até agora, foram aplicados R$ 1,4 bilhão”, observa Borges. Ele lembra que o resultado ainda não contempla os benefícios do novo programa habitacional do governo federal, o Minha casa, minha vida. A Nossa Caixa reduziu em 18 de maio de 11% para 8,9% ao ano a taxa mínima pós-fixada para financiamento de aquisição e construção de imóveis residenciais dentro do SFH. A taxa máxima nessas operações caiu de 11,50% para 10% ao ano. “A expectativa da Nossa Caixa é de aumentar em 25% a concessão de crédito imobiliário para pessoas físicas este ano, atingindo volume de operações de R$ 450 milhões, ante R$ 358 milhões no ano passado”, afirma Gueitiro Matsuo Genso, diretor de produtos da Nossa Caixa. No Banco do Brasil, o valor do imóvel que pode ser financiado também ficou maior. O comprador pode financiar até 90% do valor de venda ou avaliação do imóvel, o que for menor, ante os 80% que o BB praticava antes. O limite de comprometimento máximo da renda líquida não deve ultrapassar os 30%. O BB informa que a decisão foi tomada por motivos técnicos, e não políticos. Segundo a instituição financeira, não houve nenhuma pressão do governo para o BB promover essa nova rodada de queda dos juros. Há cerca de dois meses, o governo trocou a presidência do Banco do Brasil. Aldemir Bendine assumiu a presidência no lugar de Antônio Francisco de Lima Neto, que pediu demissão depois de pressionado pelo governo a baixar os juros dos empréstimos.