Em janeiro desse ano, a cidade de Belo Horizonte registrou 32 lançamentos de apartamentos novos, enquanto em Nova Lima, o número foi de 114 unidades, ou seja, 256% a mais do que na capital mineira. Os números demonstram que o mercado imobiliário de Belo Horizonte está perdendo dinamismo para as cidades vizinhas. É o que demonstra o Censo Imobiliário, realizado pela Brain Bureau de Inteligência Corporativa e divulgados pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG).
Segundo o vice-presidente da Área Imobiliária do Sinduscon-MG, Renato Michel, os dados evidenciam um movimento de redução sistemática da oferta de unidades novas disponíveis para comercialização. “Belo Horizonte encerrou o mês de janeiro com 3.232 unidades novas disponíveis para venda. Este é o menor patamar da série histórica iniciada em 2016. A permanecer esse movimento a tendência é o aumento nos preços podendo, inclusive, vir a faltar imóveis novos para vendas na capital”. O dirigente explica ainda que a situação pode ser agravada, caso o Plano Diretor da cidade de Belo Horizonte seja aprovado, em segundo turno, pela Câmara Municipal. “Caso aprovado, esse Plano poderá agravar a expulsão das novas construções na cidade. Com isso, Belo Horizonte perderá emprego, renda e desenvolvimento”, diz.
A pesquisa também demonstrou que em janeiro, pelo sétimo mês consecutivo, as vendas de apartamentos novos nas cidades de Belo Horizonte e Nova Lima foram superiores aos lançamentos. No primeiro mês do ano foram comercializadas 176 unidades e lançados 146 apartamentos. Já em julho de 2018 até janeiro de 2019 foram vendidos 1.930 apartamentos novos, enquanto os lançamentos foram de apenas 737 unidades.
Do total de 176 unidades vendidas no primeiro mês do ano, 39,2%, ou seja, 69 unidades eram do padrão econômico, com valores até R$215 mil e 26,7% (47 unidades) possuíam faixa de preço de R$215 mil até R$400 mil. O maior número de vendas foi observado na Região Oeste (61 unidades) e na Região da Pampulha (37 unidades). Já os lançamentos, em janeiro, se concentraram nos imóveis de padrão médio (de R$400 mil até R$700 mil), com 32 unidades e padrão alto (de R$700 mil até 1 milhão), com 114 unidades
O vice-presidente do Sinduscon-MG destaca a importância do segmento imobiliário para Belo Horizonte: “Dados divulgados recentemente pelo Ministério da Economia/Secretaria de Trabalho demonstram que, em janeiro de 2019, a capital mineira registrou um saldo negativo de 990 postos de trabalho com carteira assinada. Esse número só não foi pior porque a construção civil apresentou resultados positivos gerando 1.426 novos postos de trabalho, com destaque para a construção de edifícios.”, finalizou.