Construtoras que chegam ao Estado trazem estratégias e novas tendências ALESSANDRA MIZHER A chegada de grandes construtoras e incorporadoras paulistas ao mercado mineiro, iniciada em meados do ano passado, além de comprovar o aquecimento do setor em todo o país, também tem sido importante para trazer novidades para o mercado local. A velocidade de vendas dos lançamentos comprova que o mineiro, mesmo considerado um público conservador e desconfiado, está pagando para ver e usufruir desse know-how paulista. Tanto, que empreendimentos não param de chegar à Grande Belo Horizonte. Um dos principais diferenciais dos empreendimentos paulistas, o revestimento externo da fachada, feito em argamassa, além de dar cara nova às construções, apresenta um menor custo se comparado aos revestimentos em pedras ou cerâmicas, muito comum nos empreendimentos mineiros. Uma outra novidade trazida pelas grandes incorporadoras e construtoras paulistas é a área de lazer semelhante a clubes, com mais de 40 opções de divertimento. Com o novo contexto, muitas empresas mineiras buscam alternativas para enfrentar a concorrência e aproveitar o bom momento do segmento imobiliário. É o caso da Construtora Lider, que se uniu em 2006 à Cyrella Brazil Realty. Juntas, elas formam uma joint venture com atuação em Minas e no Distrito Federal. De acordo com Dennyson Porto, diretor da Lider Cyrella, outro ponto ressaltado e aplicado pela empresa é o marketing agressivo na divulgação dos novos empreendimentos. “A principal lição que aprendemos no mercado paulista é a importância da publicidade”, conclui. Minas já aceita novidades Adaptação. Técnicas diferentes para construção estão sendo colocadas em prática pelas empresas do Estado ALESSANDRA MIZHER As novidades trazidas pelas construtoras paulistas inicialmente foram vistas com maus olhos pelas empresas locais. Muitas delas argumentavam que o mineiro, por ser conservador, dificilmente aceitaria algumas novidades como, por exemplo, as fachadas externas em argamassa. Entretanto, para enfrentar a concorrência, empresas mineiras vêm se mostrando interessadas em conhecer a nova técnica. Prova disso, é que no terceiro ciclo de trabalhos da Comunidade da Construção, que foi iniciado em agosto, o tema será discutido. “Com o apoio do Sinduscon- MG (Sindicato da Industria da Construção Civil de Minas Gerais), a Comunidade organizou uma enquete para levantar, junto ao mercado, as principais necessidades para o desenvolvimento da cadeia produtiva. Um dos temas mais votados foi justamente o revestimento em argamassa”, revela Geraldo Lincoln Raydan, gerente regional Minas da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP). A Construtora Castor, uma das empresas participantes, já está utilizando este tipo de revestimento em seus empreendimentos, seguindo este conceito clássico de arquitetura, muito comum em São Paulo. ACABAMENTO SIMPLIFICADO. Outra característica paulista que foi rapidamente incorporada pela Castor é a entrega dos imóveis com uma acabamento mais simplificado. “Depois da chegada das paulistas, nossos apartamentos passaram a ser entregues sem armários, pisos ou outros detalhes. Porém, o comprador pode escolher o acabamento e pagar como opcional”, revela Cantídio Alvim Drumond, superintendente de obra da Construtora Castor. Ele explica que com essa tendência trazida pelos paulistas, o público local passou a achar caro os imóveis entregues com acabamento completo. Condomínio Construtoras investem em Nova Lima Reduto das empresas paulistas e das classes mais abastadas, Nova Lima também vem sendo atraente para as mineiras que antes não vislumbravam a região. É o caso da MRV Engenharia que acaba de lançar o Village Royale, primeiro condomínio fechado da construtora na região. Conforme Rodrigo Colares, diretor comercial da MRV, o empreendimento é destinado à classe média e, por isso, não irá concorrer com as paulistas. O Village Royale será construído em um terreno com 140 mil metros quadrados e contará com 200 casas de três, quatro ou cinco quartos e duas vagas de garagem, além da área de lazer completa. (AM)