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Mais fôlego para a construção civil

Mercado imobiliário. Este ano, medidas para conter os efeitos da crise, como a redução da taxa de juros, devem manter o segmento aquecido Alessandra Mizher Embora ainda não seja possível definir claramente as consequências de uma das mais graves crises financeiras mundiais da história, diversos setores da economia já tentam desenhar o mercado para um futuro próximo. O segmento da construção civil não foge à regra ao tentar prognosticar os efeitos da crise. Assim, a conclusão de muitos é que o setor, responsável por grande parte da mão-de-obra nos grandes centros urbanos, não será fortemente atingido pela crise mundial. Uma das explicações de empresários do segmento é que o governo brasileiro vem agindo com coerência na condução da crise. Assim como fez no setor automobilístico, reduzindo as taxas de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis, o governo federal já anunciou medidas para conter os efeitos sobre o mercado imobiliário, principalmente voltado para o segmento popular. A Caixa Econômica Federal (CEF), instituição financeira responsável pela maior fatia dos financiamentos imobiliários do país, decidiu reduzir as taxas de financiamento para trabalhadores com renda familiar abaixo de R$ 1.875. Como salienta Eduardo Barretto, vice-presidente comercial e de marketing da MRV Engenharia, uma das mais fortes construtoras de imóveis para segmento popular do país, a medida vem contribuir para que o setor continue apresentando crescimento em 2009, apesar da crise financeira mundial. “Com a manutenção dos juros, redução para algumas faixas de renda e o anúncio de novas liberações de crédito, feitas pela CEF, o crédito imobiliário terá um grande espaço para ser ocupado. Quem pretende comprar um imóvel irá encontrar um cenário muito positivo. Este ano será bom para o setor da construção popular no Brasil, mantendo o ciclo de crescimento”. A opinião de Barretto é condizente com algumas das medidas da empresa. Já para o primeiro trimestre de 2009, a MRV pretende aumentar seu quadro de funcionários, contratando mais 2.000 novos colaboradores, chegando a mais de 15,6 mil funcionários em seu efetivo. Construção civil Expansão sim, mas em marcha lenta Alessandra Mizher A previsão de expansão da construção civil, apesar de toda a força da crise mundial, faz parte das convicções de profissionais que atuam no segmento. Segundo Ricardo Alfeu, diretor-presidente da RKM Engenharia, a crise ainda é mais “imaginária” do que real. “Ainda não estamos vendo seus efeitos no setor da construção civil no país. Os segmentos que mais têm sofrido são aqueles que dependem da exportação, como o de mineração, por exemplo.” Além disso, Alfeu observa que o ciclo da construção é muito amplo. Assim, as mudanças ocorridas em 2008 só deverão ser fortemente sentidas em 2011. “De qualquer maneira, as pessoas devem ter cautela em investimentos, principalmente os de longo prazo.” PREVISÃO. A RKM Engenharia mantém a previsão de lançamentos para 2009, que prevê um Valor Geral de Vendas (VGV) de cerca de R$ 130 milhões. “O segmento da construção civil vai continuar crescendo, embora com menor força”, completa Alfeu. Essa é a mesma idéia do diretor da construtora Patrimar, Marcelo Martins. “Para este ano, acredito que o mercado imobiliário continue crescendo, embora em ritmo bem mais lento. Enquanto em 2008 crescemos cerca de 10%, neste ano esperamos algo em torno de 2% a 3%”, revela. Lançamentos. De acordo com especialistas e empresários do setor, um dos reflexos imediatos da crise de confiança será o adiamento de lançamentos imobiliários. O fato é decorrente da dificuldade de alguns empresários na obtenção de crédito para capital de giro e redução das expectativas em relação às vendas. “Nós tínhamos um lançamento previsto para o último trimestre de 2008, mas com a força de mídia em relação a crise estamos em pré-lançamento, esperando o cenário clarear. A previsão de lançamento passou para fevereiro”, conta Martins. Para a Rossi Residencial, empresa paulista que chegou a Belo Horizonte em meados do ano passado, a previsão de lançamentos na capital está mantida. “Nossas metas em Minas continuam as mesmas. Para o ano que vem, vamos lançar três novos empreendimentos. Estamos confiantes, principalmente pelas inúmeras obras públicas realizadas no Estado”, confirma Frederico Kessler, diretor da regional BH da Rossi.