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Mais uma queda no PIB da construção civil

Fonte: Assessoria Econômica do Sinduscon-MG

Dados divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam o tamanho da retração das atividades econômicas do País nos primeiros meses do ano.  O PIB do primeiro trimestre de 2019 caiu 0,2% em comparação aos últimos três meses de 2018, após os ajustes sazonais.   Foi a primeira queda do indicador nesta base de comparação desde o último trimestre de 2016, quando a economia nacional ainda estava em recessão. Destaca-se que este resultado negativo veio de acordo com as estimativas realizadas pelo mercado e já era esperado em função de outros indicadores que sinalizavam que a economia nacional caminha com dificuldades.

No início do ano a Pesquisa Focus, divulgada semanalmente pelo Banco Central, projetava crescimento de 2,53% para a economia do País. As estimativas foram sendo reduzidas a medida que o cenário político foi ficando conturbado e que as dificuldades com a tramitação da reforma da Previdência foram aparecendo. Atualmente, as perspectivas indicam crescimento bem mais modesto: 1,23%.  Ressalta-se que o resultado negativo do PIB veio confirmar a urgência do País realizar as reformas estratégicas para o seu desenvolvimento, como a Previdenciária. Somente assim será possível concretizar o tão necessário ajuste nas contas públicas.  Certamente essa iniciativa estimulará os investimentos dando a força para impulsionar as atividades.

No contexto dos resultados do PIB destaca-se o dado  negativo da Indústria: -0,7% de janeiro a março em relação ao último trimestre de 2018. A Indústria Extrativa, com queda de 6,3% nesta mesma base de comparação, sofreu os reflexos da tragédia que aconteceu em Brumadinho. A Indústria também sente os efeitos da desaceleração do comércio mundial, da crise econômica da Argentina e da fraqueza das atividades econômicas do País.

Outro segmento a registrar queda na indústria foi a Construção Civil. O setor, que há cinco anos consecutivos registra retração em suas atividades, começou 2019 com expectativa de crescimento. Entretanto, os dados do PIB demonstram que de janeiro a março/19, em relação aos últimos três meses de 2018, o setor apresentou recuo de 2% em suas atividades. A retração da economia, que provocou o adiamento de novos investimentos, o menor dinamismo do setor de infraestrutura, que padece com a falta de recursos para o seu desenvolvimento e as incertezas em relação ao Programa Minha Casa, Minha Vida, são alguns dos fatores que ajudam a explicar este resultado. Vale lembrar que a construção civil registrou queda de 27,69% no período de 2014 a 2018, enquanto a retração da economia nacional, neste período, foi de 4,14%. Com o resultado do primeiro trimestre de 2019, as expectativas de crescimento de 2% do setor em 2019, realizadas no início do ano, certamente serão revistas e devem ficar inferiores a 1%. Ou seja, mais um ano em que a construção civil padece com o menor ritmo de suas atividades.  Resultados difíceis de serem compreendidos para um País que ainda tem muito a construir e que precisa dos efeitos positivos gerados pela cadeia produtiva do setor para conseguir consolidar o seu processo de crescimento.

Analisando os resultados do PIB, a construção civil,  em todas as bases de comparação, registra resultados negativos: -2,2% nos primeiros três meses de 2019, em relação a igual período do ano anterior, -2,0% nos últimos quatro trimestres em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores e -2,0% no primeiro trimestre de 2019 em relação ao último trimestre de 2018.