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Medida não deve impedir novos reajustes

RAFAEL TOMAZ. A redução alíquota de importação para o aço poderá não impedir que as siderúrgicas aumentem o preço do produto, conforme especialistas consultados pela reportagem. O motivo seria a necessidade do setor recuperar as perdas nos valores negociados em virtude da crise financeira global. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, ameaçou até mesmo zerar a alíquota de importação do aço, caso as siderúrgicas realizem os reajustes previstos pelo mercado. Para diminuir a concorrência com o produto importado, o governo federal anunciou a elevação do tributo em junho deste ano. O analista da SWL Consultora, Pedro Galdi, informou que as siderúrgicas deverão retirar os descontos concedidos neste ano, mesmo com a redução na alíquota de importação. “Elas tentarão repor os preços antigos”, afirmou. Galdi lembrou que os preços de comercialização do produto siderúrgico no Brasil é “tradicionalmente” maior em relação aos valores negociados no mercado externo. Para se ter uma ideia, os preços da bobina a quente no mercado externo fechou 2008 com retração de aproximadamente 50%. “No Brasil os valores se mantiveram até o final do ano passado”, explicou. O consultor Otto Andrade também acredita que poderá haver recuperação de preços. Entre os motivos, segundo ele, seria a necessidade de dar continuidade aos investimentos paralisados após a eclosão da crise financeira. Construção – Apesar disso, ele afirmou que é preciso que os preços sejam regulados pelo próprio mercado, sem a interferência do governo federal. Para ele o erro está desde o anúncio da medida de elevação nas alíquotas de importação. Já para a construção civil, a redução das tarifas impostas pelo governo federal poderão refletir em redução de custos, conforme o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (SINDUSCON-MG), Luiz Fernando Pires. Para ele, a medida poderá coibir elevação nos preços do insumo. Apesar disso, conforme ele, a redução das alíquotas seria uma medida preventiva, pois ainda não foi verificado elevação nos custos do aço. Quando o aumento na alíquota foi anunciado chegou a ser discutido pelo setor a formação de cooperativas para a importação do aço, conforme publicado anteriormente pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO. Os reflexos também seriam positivos para o setor de bens de capital, conforme o diretor regional da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Marcelo Veneroso. “Isto poderá pressionar as usinas para que não seja feito o reajuste no preço”, afirmou.