Número de associadas ao SINDUSCON-MG cresceu 10% neste ano até o mês passado. MARX FERNANDES. O aquecimento da indústria da construção civil, abastecido principalmente pela maior oferta de financiamento no mercado e reforçado neste ano pelo programa do governo federal “Minha casa, minha vida”, está atraindo novas empresas para o setor. De acordo com dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (SINDUSCON-MG), o número de construtoras associadas cresceu em média 10% até agosto na comparação com mesmo período do ano anterior. Conforme informações do SINDUSCON-MG, em 2006 a entidade registrou o total de 246 associados somente na Capital e na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). O número saltou para 265 no ano seguinte e para 297 em 2008. Neste exercício, até agosto, o volume de empresas filiadas à entidade atingiu 315 associados. “A elevação no volume de associados é impulsionada pelo crescimento do setor, cujo alicerce é a abundância de crédito no mercado. Além disso, há o esforço da entidade em buscar mais adesões de empresas”, afirmou o presidente do SINDUSCON-MG, Luiz Fernando Pires. De acordo com ele, mesmo as construtoras que deixaram de produzir e lançar empreendimentos, com a crise financeira ganhando força a partir de setembro do ano passado, estão voltando ao mercado. “Nós (SINDUSCON-MG) sentimos uma recuperação no que diz respeito à associação de novas empresas a partir do segundo trimestre deste ano”, ressaltou Pires. Porém, mesmo com perspectivas de crescimento da indústria em 2009, algumas construtoras adiaram lançamentos e reduziram os níveis de produção em função da insegurança gerada pela turbulência econômica, principalmente entre dezembro de 2008 e março deste ano. O movimento, alinhado ao volume cada vez maior da demanda, teria ampliado o mercado, tornando-o mais atrativo para novas empresas. As construtoras que atuam na RMBH estimam aumentar o volume de vendas neste ano em até 20%. De acordo com projeção das empresas, o impulso que manteve os negócios em alta desde o período pré-crise partiu da grande quantidade de crédito, alinhado principalmente ao programa “Minha casa, minha vida”. Segundo os últimos dados levantados pela superintendência da Caixa Econômica Federal no Estado, Minas Gerais possui projetos para a construção de aproximadamente 13 mil moradias, orçadas em cerca de R$ 710 milhões, que atenderão o programa habitacional do governo federal. O maior volume, ou cerca de 9 mil residências – que demandarão aportes de R$ 532 milhões -, está concentrado na faixa de três a dez salários mínimos. Os projetos estão divididos em contratados e em fase de estudos pelo banco estatal. Na faixa de renda até três salários mínimos, a Caixa possui em estudo projetos no Estado para aproximadamente 2,3 mil habitações, que demandarão investimentos da ordem de R$ 105 milhões. O primeiro contrato para essa faixa de renda foi assinado em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), e prevê 288 unidades habitacionais em um empreendimento orçado em R$ 13,248 milhões. PBH – Para incentivar o pacote habitacional no âmbito regional, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), em parceria com o SINDUSCON-MG, enviou na semana passada à Câmara Municipal projeto de lei que autoriza o Executivo a doar áreas de propriedade do município, realizar aportes financeiros no Fundo de Arrendamento Residencial (FAR) – representado pela Caixa -, além de instituir isenção de tributos para operações vinculadas ao programa. Com a nova lei, a prefeitura pretende atingir R$ 70 milhões em doações de bens imóveis públicos para implantação do pacote de habitação popular. O objetivo da legislação é otimizar os benefícios do programa da União, especialmente às famílias que ganham até três salários mínimos por mês, conforme informou a PBH.