O bom desempenho do mercado imobiliário apresentado no mês de abril não se sustentou em maio. Os principais indicadores registraram recuo, demonstrando que as incertezas macroeconômicas têm afetado o segmento. Na comparação entre esses dois meses, os lançamentos caíram 87,78%, recuando de 352 para 43 apartamentos novos. Isso refletiu no volume de vendas, que registrou queda de 75,4%, passando de 313 para 77 unidades, e também na velocidade de vendas, cujo índice retraiu de 14,76%, em abril, para 4,12%, em maio.
Como o número de apartamentos vendidos em maio foi superior ao de lançamentos, o estoque de imóveis diminuiu para 1.790 frente às 1.808 unidades que estavam disponíveis em abril. De acordo com o vice-presidente da Área Imobiliária do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Lucas Guerra Martins, isso sinaliza que o segmento imobiliário não está passando ileso diante do cenário econômico mais desfavorável.
“A performance do setor em Belo Horizonte é reflexo do momento de instabilidade da economia brasileira. A inflação dos últimos 12 meses acima do teto da meta estabelecida pelo Banco Central, a valorização do dólar e as recentes elevações da taxa básica de juros são fatores que estão inibindo os investimentos em todas as áreas, inclusive no mercado imobiliário”, analisa Lucas Martins.
Neste momento, o maior movimento na capital mineira é promovido pelos clientes com maior poder aquisitivo, que permanecem demandando das construtoras imóveis de padrão mais elevado. Em maio, 57 unidades comercializadas tinham preços acima dos R$ 500 mil, ou seja, os imóveis de maior valor representaram 74% das vendas. Outros 17 apartamentos estavam na faixa entre R$ 250 mil e R$ 500 mil e apenas três se situavam entre R$ 100 mil e R$ 250 mil. Já os lançamentos do mês se concentraram em 27 unidades precificadas entre R$ 250 mil e R$ R$ 500 mil e outras 16 com valores acima dos R$ 500 mil.
Na comparação entre maio de 2013 e o mesmo mês de 2012, os dados da pesquisa apresentam queda. As vendas reduziram 77,42%, ao passar de 341 para 77 imóveis, e os lançamentos recuaram 89,51%, de 410 para 43 apartamentos. A oferta que era de 2.010 foi para 1.790 unidades, diminuindo 10,95%, enquanto a velocidade de vendas retraiu de 14,50% para 4,12%.
No acumulado dos primeiros cinco meses de 2013, as vendas ficaram 28,05% menores em relação a igual período do ano passado, registrando 1.216 contra 1.690 imóveis comercializados. Já os lançamentos de janeiro a maio deste ano totalizaram 1.137 unidades, número 26,88% menor que os 1.555 apartamentos novos disponibilizados ao mercado nos mesmos cinco meses de 2012. Ainda nesta base de comparação, a velocidade média de vendas teve variação negativa de 2,84 pontos percentuais, passando de 14,3% para 11,46%.
Apesar da queda observada, o desempenho do mercado imobiliário de Belo Horizonte no acumulado dos cinco primeiros meses de 2013 ainda é melhor do que o registrado nos últimos cinco meses de 2012. Nessa comparação, as vendas cresceram 57,31%, os lançamentos avançaram 59,47% e a velocidade de vendas teve alta de 3,69 pontos percentuais.
A Pesquisa
A pesquisa Construção e Comercialização de Imóveis é realizada mensalmente pelo Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis da Universidade Federal de Minas Gerais (Ipead/UFMG) e divulgada pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG). Os dados são levantados junto a um grupo de cerca de 100 empresas de Construção em Belo Horizonte e é referente à comercialização de apartamentos novos.
Assessoria de Comunicação do Sinduscon-MG