Estado fica em segundo entre os que mais contratam em janeiro, com 20,5 mil novos empregos com carteira Paula Takahashi No melhor janeiro dos últimos 18 anos para o mercado de trabalho brasileiro, com a criação de 181.419 postos com carteira assinada no país, Minas Gerais se destacou. O estado ficou com a segunda colocação entre os que mais contrataram no período, atrás apenas de São Paulo. Foram 20.492 vagas criadas principalmente nos setores da construção civil (7.545), indústria de transformação (7.010) e serviços (4,9 mil). O único setor que demitiu mais que contratou foi o comércio, com a eliminação de 992 vagas em decorrência do fim dos contratos temporários de Natal. Os dados, que fazem parte do Cadastro de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado pelo Ministério do Trabalho, surpreenderam. “Em pesquisa realizada com 790 micro e pequenas indústrias de transformação, 82% acreditavam em estabilidade na geração de vagas, enquanto 9,6% falavam em redução e 8,4% em aumento no primeiro trimestre do ano”, afirma a analista do Sebrae-MG Carolina Costa Xavier. “O que pode ter havido é uma mudança no cenário e o quadro que se esperava não se concretizou”, avalia. Enquanto em janeiro de 2009 haviam sido fechadas 101.748 vagas, sendo 55.130 na indústria de transformação, destsa vez foi o setor que mais sentiu os impactos da crise econômica que ficou no topo das contratações no país. Foram 68.920 novas vagas, saldo superior em 17% ao recorde anterior para o mês, ocorrido em janeiro de 2008 ( 59.045 postos). O resultado foi considerado pelo governo um forte indicativo de recuperação da economia e o primeiro passo para alcançar o saldo de dois milhões de novos postos de trabalho no ano. “A indústria forte é sinal de recuperação total da economia. Esta é a demonstração de que o ano começa muito bem e mais uma vez digo que teremos o melhor ano na geração de empregos na história do país”, afirmou o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi. A expectativa é de que os números sejam ainda melhores em fevereiro na avaliação de Osmani Teixeira de Abreu, presidente do Conselho de Relações do Trabalho da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerias (Fiemg). “Pode não ser em números absolutos, já que é um mês que se tem menos dias e ainda o feriado de carnaval, mas, proporcionalmente, tende a ser melhor, já que as indústrias voltam a todo o vapor após o período de férias coletivas”, avalia. Quando se trata de construção civil, as perspectivas continuam bastante positivas. “O governo tem incentivado muito o setor, sem falar nas obras com Copa do Mundo que já estão começando, como o caso do Mineirão”, acrescenta Osmani. As mais de 181 mil novas vagas superaram as expectativas do ministro do Trabalho e Emprego, que previa a criação de cerca de 100 mil postos. O resultado equivale a um crescimento de 0,55% em relação ao estoque de empregos do mês anterior e supera em 27% o recorde anterior de janeiro de 2008, quando 142.921 carteiras de trabalho foram assinadas. E os bons números não param por aí. O setor de serviços também obteve o melhor resultado para o período em toda a série histórica do Caged, ao gerar 57.889 empregos ( 0,44%). A construção civil foi destaque, com 54.330 postos criados (2,40%), registrando o melhor resultado absoluto para todos os meses da série. (Com agências)