Esta semana aconteceu em Belo Horizonte o debate regional do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), órgão consultivo da Presidência da República, que objetivou a apresentação da Agenda para o Novo Ciclo de Desenvolvimento (ANC) a empresários mineiros. O “Conselhão” como é conhecido, nasceu em 2003, e é um espaço de diálogo social e de aprofundamento de propostas para o desenvolvimento sustentável do país, com visão de longo prazo, formado por 90 líderes da sociedade civil, entre empresários, trabalhadores, acadêmicos e representantes de organizações sociais. Seu papel é de fundamental importância para o desenvolvimento do país, pois possibilita a interlocução transparente e respeitosa entre o governo federal e a sociedade. Na reunião desta semana, pudemos ter acesso aos principais pontos considerados essenciais pelos representantes do Conselho para que o Brasil prossiga o seu caminho em direção ao crescimento com inclusão social por meio da ANC. Na ocasião, fomos chamados a contribuir para o aprimoramento dessa agenda e assim o fizemos. A ANC elegeu nove pontos a serem trabalhados: os novos horizontes da educação; desafios do Estado democrático e indutor do desenvolvimento; a transição para a economia do conhecimento; trabalho decente e inclusão produtiva; padrão de produção para o novo ciclo de desenvolvimento; o potencial da agricultura; o papel da infraestrutura: transportes, energia, comunicação, água e saneamento; a sustentabilidade ambiental; e consolidação e ampliação das políticas sociais. A definição desses pontos se deu após o período mais agudo da crise financeira internacional de 2008, quando os membros do CDES concluíram que o Brasil vive em um novo patamar de desenvolvimento e, para dar continuidade a esse ciclo de desenvolvimento, seria necessário atacar de frente esses desafios. Em relação à infraestrutura, é relevante destacar o seu papel para sustentar o novo ciclo de desenvolvimento e melhorar a competitividade brasileira no mercado internacional. Mas para viabilizar as grandes obras estruturantes ainda temos muito o que enfrentar. É preciso, antes de tudo, reduzir a burocracia que emperra o andamento dos projetos, aperfeiçoar os marcos regulatórios, ampliar os financiamentos públicos e privados para atender à demanda crescente por recursos, melhorar a capacidade técnica e tecnológica das empresas, qualificar os profissionais do setor, aperfeiçoar os projetos. E, nós, da indústria da construção estamos dispostos a contribuir no que pudermos. Para isso, temos tentado fazer nosso dever de casa, na medida do possível. Uma das maneiras é através da ampliação do debate de temas importantes que visam o desenvolvimento da nossa cadeia produtiva. Na próxima semana, por exemplo, começa a sétima edição do Minascon – evento unificado do setor, que promove uma série de programações técnicas para ampliação do conhecimento de temas inerentes à construção, aliada à Feira Construir Minas, que apresentará as novidades técnicas e tecnológicas do segmento. Trata-se do maior evento do gênero no estado. Quis citá-lo aqui por duas razões: a proximidade da sua realização (15 a 18 de setembro) e o valor que damos à construção de diálogos entre nossos interlocutores e à busca de consensos, premissas comuns também ao CDES. Limitado às proporções de sua atuação, o evento mineiro também contribui para o desenvolvimento do país, uma vez que contribui para o crescimento da indústria da construção no estado, que é responsável por 10,3% da construção nacional, ficando atrás somente de São Paulo (27% do total) e do Rio de Janeiro (10,9% do total). * Jorge Luiz Oliveira de Almeida é diretor de Comunicação do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG).