Os empresários da construção civil, setor responsável por grande oferta de empregos no país, sobretudo para trabalhadores de menor escolaridade, estão reivindicando um socorro financeiro da ordem de R$ 3 bilhões. Argumentam que caso não tenham esse aporte, uma queda brusca no número de empreendimentos imobiliários pode ocorrer já no próximo ano. Tudo em função da crise mundial iniciada nos Estados Unidos – justamente no sistema de crédito habitacional. O mineiro Paulo Safady Simão, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, foi curto e grosso, afirmando que o país não pode ½deixar a peteca cair”. O setor cobra para si linhas de crédito como as que foram concedidas aos exportadores e produtores rurais, por exemplo. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já deu seu sinal positivo. A Caixa Econômica também informa que não faltará dinheiro para o setor. Safady Simão exemplifica que 30% dos recursos da caderneta de poupança são recolhidos pelo Banco Central na forma de depósito compulsório – quantia que as instituições financeiras têm que recolher a título de regulagem da liquidez. Ele sugere que parte desse valor seja direcionado às construtoras Analistas alertam que essa “irrigação financeira” da construção civil é necessária para que os inúmeros empreendimentos lançados neste ano sejam concluídos, evitando a paralisação de obras. Querem a manutenção do crédito também para os mutuários que vão receber as novas residências, evitando-se, assim, a perigosa inadimplência – situação que deflagrou a quebradeira no setor financeiro americano. Já se detecta o pé no freio da construção civil, como admite o próprio Paulo Safady. É uma medida preventiva, explica, já que o horizonte está bastante nebuloso quanto ao tamanho do impacto que a crise mundial provocará na nossa economia. É mais uma área do setor produtivo que dá o alerta sobre o cataclismo que sacode o planeta. É claro que é importante que o Governo intervenha na economia para evitar maiores traumas, como o desemprego desenfreado. Mas é também a hora de se saber qual empresário sabe navegar em águas revoltas e qual, ao menor sinal de água no barco, emite o S.O.S.