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Oportunidades das operações de IPO e conjuntura do setor marcaram os debates no Fórum Sinduscon-MG da Construção Civil

Ricardo Gontijo, Luiz Fernando Pires, Rubens Menin e Fábio Nazari. Foto: Ronaldo AlmeidaDiante da necessidade das empresas do setor em diversificarem as fontes de recursos, o Sinduscon-MG Jovem promoveu na última segunda-feira, dia 28, Fórum Sinduscon-MG da Construção Civil. O evento, realizado no Hotel Mercure Lourdes, em Belo Horizonte, buscou analisar as opções de capitação disponíveis no mercado, em especial as operações de IPO (sigla inglesa para oferta pública inicial).

Atualmente, grande parte dos recursos injetados no mercado imobiliário é proveniente da caderneta de poupança e do FGTS, no âmbito do Sistema Financeiro de Habitação (SFH). Por isso os especialistas consideram que ainda há um grande espaço para o crescimento de outras operações. Uma das opções para capitalização das empresas é a abertura de capital.

Presidente do Sinduscon-MG Jovem, Flávia Lacerda Valadares Gontijo. Foto: Ronaldo AlmeidaNa abertura do evento, o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Luiz Fernando Pires, destacou a importância do debate sobre as oportunidades de um IPO, principalmente quando o tema é proposto pelos jovens executivos do setor. Em seguida, a presidente do Sinduscon-MG Jovem, Flávia Lacerda Valadares Gontijo, ressaltou que a iniciativa busca identificar as perspectivas futuras, fornecendo base mais assertivas para a tomada de decisão dos executivos e construtores.

Mais de 400 empresários e gestores estiveram presentes ao Fórum. Em sua apresentação no talk show, o diretor-presidente da Direcional Engenharia, Ricardo Valadares Gontijo, apontou as vantagens que a empresa teve após lançar suas ações na BM&Bovespa. Dentre elas, destacou a injeção de capital, a liquidez patrimonial, o aumento nos níveis de governança e a melhora na gestão.

Ricardo Gontijo destacou ainda que é preciso preparar a empresa e o corpo diretivo para uma mudança significativa, visto que a abertura de capital aumenta alguns custos, exige auditorias externas, eleva o nível de exposição da empresa e torna a tomada de decisão menos ágil. Mas os números justificam a operação. “De 2007 a 2012, a Direcional cresceu 70%”, afirma o executivo.

Outro caso que se mostrou de sucesso entre os IPOs das empresas de Construção, há cerca de cinco anos, é o da MRV Engenharia. O diretor-presidente da companhia, Rubens Menin, frisou a importância de diversificar os fundings.

Antes de entrar no mercado de capitais, a construtora mineira fez uma operação de private equity, na qual parte do capital social da empresa foi vendida a um fundo de investidores. “É preciso se fortalecer e buscar todas as opções de capitalização antes do IPO”, complementou Menin.

Intermediando o debate, o sócio do banco BTG Pactual, Fábio Nazari, reforçou que uma operação de private equity prepara a empresa para um IPO e que o mercado de capitais é uma alternativa de recursos para que as empresas de solidifiquem.

Especialistas analisaram o ambiente de negócios no Brasil

Samy Dana, Paulo Safady Simão e Rodrigo Constantino. Foto: Bruno CarvalhoNa segunda parte do evento, o economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Samy Dana, apresentou a conjuntura econômica brasileira, destacando que o desenvolvimento do País poderia ter sido maior nos últimos anos não fosse a falta de infraestrutura, a alta carga tributária e o excesso de burocracia no Brasil. Problemas que também afetam diretamente o setor de Construção.

Em seguida, o presidente do Instituto Liberal, Rodrigo Constantino, disse que o mercado de trabalho aquecido tem feito com que a taxa de inadimplência permaneça em patamares baixos. Contudo, ponderou que é preciso ter cautela, visto que o momento de euforia em relação à economia já passou. Para ele não há uma bolha no mercado imobiliário brasileiro, mas o economista ponderou que alguns indicadores devem ser avaliados, como o crescimento rápido da carteira de crédito da Caixa Econômica Federal, 45% em 12 meses, o que aumentou a alavancagem do banco.

Também participou do debate o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Paulo Safady Simão. Ele acenou com um cenário otimista para p setor nos próximos anos e destacou que boa parte das empresas de Construção no Brasil está incorporando produtividade nos processos construtivos para ganhar competitividade e garantir o desenvolvimento do setor. “Hoje temos 60 processos em certificação junto à Caixa que são fruto de inovação na Construção Civil”, disse.

Ação beneficente

Donativos arrecadados no Construbusiness para instituições beneficentes. Foto: Nállie BrancoComo parte da responsabilidade social do evento, o Sinduscon-MG Jovem promoveu uma campanha de doação de itens de higiene pessoal para serem destinados a entidades beneficentes. Foram arrecadados 186 sabonetes, 102 tubos de pasta de dente, 58 escovas de dente, 19 frascos de xampu e condicionador, dentre outros produtos.

Receberam os donativos o Projeto Verena, que atende cerca de 230 crianças e adolescentes de 06 a 16 anos em situação de risco social, a Fundação Sara, que oferece apoio a crianças com câncer, e Casa de Saúde Santa Izabel, de Betim, que atende pessoas com hanseníase e ampara idosos que tiveram a doença.

O Fórum Sinduscon-MG da Construção Civil foi apresentado pelo Banco Intermedium e contou com o patrocínio da Delta Faucet  Metais Sanitários, Esaf/Ibrap – Indústria Brasileira de Alumínio e Plástico –, Clube PASI de Seguros e Tambasa Atacadista/Krona Tubos e Conecções e, também, com o apoio da 90 Tecnologia da Informação, GP Comércio e Serviço Hidráulico – HidrauKit e Lage & Portilho Jardim Advocacia e Consultoria.