Famílias que recebem até dez salários mínimos deverão ser beneficiadas. Brasília – A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse ontem que o programa de habitação popular em estudo pelo governo federal beneficiará famílias que ganham de dois a dez salários mínimos. Durante o Encontro Nacional com Novos Prefeitos, a ministra adiantou ainda que o governo tentará diminuir o prazo médio de construção de moradias dos atuais 33 meses para 11 meses e que, para isso, será necessário um novo marco regulatório. “Vamos assegurar que haja um marco para que essas construções ocorram”, afirmou. Segundo a ministra, a ideia de estender a cobertura do programa até dez salários mínimos é para chegar à parte da população “onde se concentra o déficit” habitacional, e não apenas aos de menor renda, que são atendidos por outros programas, como o de urbanização de favelas. Dilma reafirmou que a meta é construir um 1o de moradias até o próximo ano, utilizando recursos do Orçamento Geral da União (OGU) e estruturas de financiamento. Parte das prestações deve ser subsidiada, sendo o subsídio maior para famílias de rendas menores. “Vamos garantir primeiro que as pessoas tenham condições de pagar através de suas rendas, para que jamais acumulem o pagamento do aluguel e das prestações”, explicou. Terrenos públicos – Também ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que uma das alternativas para baratear as construções de casas é utilizar terrenos da União, dos Estados e municípios. Segundo ele, porém, o projeto apresentado não o agradou e por isso foi pedida uma revisão. Lula disse que os detalhes do pacote de habitação ainda estão sendo fechados e que o anúncio só ocorrerá quando tudo estiver pronto já para ser executado. O presidente explicou que aguarda uma nova proposta no mais tardar até amanhã. “Eu não gostei da proposta, eu pedi para eles refazerem porque essa proposta de construção de casa vai ser apresentada para mim, vai ser apresentada no mais tardar até sexta-feira”, disse Lula. “Quando eu for convencido da proposta, que é de fazer gerar empregos e fazer casas mais baratas, uma boa parte delas para as pessoas mais pobres deste país. Aí nós aprovaremos, anunciaremos e contrataremos”, disse o presidente. Sem mencionar números, Lula afirmou que a primeira proposta não o contentava porque estabelecia juros mais altos do que o desejado. “A primeira proposta ela não me contentava porque tem muito penduricalho de juros, que temos de tirar. Outra possibilidade é que nós estamos vendo terrenos da União que possam ser disponibilizados, (assim como) os estados e municípios que possam dar terrenos também. Porque nós queremos é construir as casas mais baratas e de qualidade”, afirmou o presidente. (FP)