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Pacote imobiliário pode ter crédito para infraestrutura

Crise. Asfalto, calçamento, água e esgoto podem ser beneficiados Ideia é baratear o custo dos imóveis, financiando obras no entorno deles Brasília. O pacote de habitação que o governo anuncia nos próximos dias para estimular o setor da construção deve incluir medida para baratear o custo dos imóveis, por meio do financiamento das obras de infraestrutura no entorno dos empreendimentos imobiliários. A alternativa em estudo é a criação de uma linha de crédito especial da Caixa Econômica Federal para obras como asfaltamento das ruas, calçamento, estrutura para fornecimento de água e coleta de esgoto que, especialmente nas regiões mais pobres, não existem ou são muito deficientes. Segundo fontes do governo, a medida visa a baratear o custo dos imóveis, já que as construtoras, ao realizarem essas obras, tendem a repassar o custo para o preço final das habitações. Cálculos oficiais dão conta de que essas despesas podem chegar a 10% do valor da obra. Hoje, as construtoras tomam empréstimos no mercado, com juros mais elevados, e repassam o custo para o comprador. No início das discussões sobre a criação dessa linha, chegou-se a aventar a possibilidade de o Tesouro Nacional emprestar recursos a juros subsidiados (TR mais 4% ao ano) para a Caixa repassar com um spread de 2 pontos percentuais. O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Paulo Safady Simão, disse que a ideia de uma linha de crédito mais barata para essas obras no entorno dos imóveis é positiva. Especialmente porque o pacote do governo será focado na população de renda mais baixa, que vive em regiões onde a infraestrutura é bastante precária. “Estamos falando de habitação de interesse social, em áreas distantes.” Por que demora? Questões pendentes que atrasam o pacote habitacional: – Desonerações tributárias A ideia inicial era reduzir, por exemplo, o IPI sobre materiais de construção e desonerar o regime especial de tributação das obras de construção (alíquota de 7%) – Impasse O governo ainda debate se é melhor reduzir os tributos ou usar os recursos em um ano de queda na arrecadação para tocar outros projetos de estímulo à economia Brasil “Economia está saindo do fundo do poço” Rio de Janeiro. Apesar da crise econômica global ainda dar sinais de virulência, e da má recepção inicial dos mercados ao pacote de US$ 2 trilhões de ajuda ao sistema financeiro do presidente norte-americano, Barack Obama, uma tímida luz no fim do túnel parece ter surgido nos últimos dias, no caso brasileiro. “Os dados me levam a crer que dezembro foi o pior mês da economia brasileira nesse período recente, e que em janeiro nós já estamos saindo um pouco do fundo do poço”, diz Vagner Ardeo, vice-diretor do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV). O economista ressalva que o aquecimento está muito concentrado no chamado “material de transporte”, que inclui basicamente a indústria automobilística. Outro ponto de interrogação é o impacto da piora do mercado de trabalho no segmento de bens não duráveis, como alimentos e roupas.