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Perspectiva otimista, mas cautelosa

Os principais indicadores de desempenho do mercado de apartamentos novos de Belo Horizonte (vendas, lançamentos e Velocidade de Vendas) indicam uma rota de recuperação nos últimos seis meses pesquisados pelo Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis da UFMG (Ipead/UFMG). Isto é, de outubro de 2012 a março deste ano. No entanto, isso não é motivo de euforia, mas de cautela. Isso porque o cenário econômico nacional ainda sinaliza para algumas preocupações. Por exemplo, a recuperação industrial que ainda não se fortaleceu e os aumentos nos preços são algumas delas. A história da inflação no País mostra que ela é contrária ao desenvolvimento. Por isso, ninguém duvida que ela é um inimigo perigoso e que proporciona grande incômodo ao crescimento econômico. É necessário considerar, também, que a economia internacional caminha a passos lentos. O ambiente ainda é complexo e exibe vulnerabilidade. Nos Estados Unidos a recuperação ainda não se consolidou, a Europa ainda vivencia sérios problemas e a China perdeu um pouco do seu fôlego. O Fundo Monetário Internacional reduziu, em abril, a projeção de crescimento deste ano para a economia mundial de 3,5% para 3,3%. No Brasil, a pesquisa Focus, realizada semanalmente pelo Banco Central, apontava no início de janeiro de 2013, que o crescimento da economia nacional seria de 3,26%. Já na pesquisa realizada no último dia 24 de maio esta estimativa foi reduzida para 2,93%. Portanto, as incertezas externas permanecem e o cenário interno ainda está indefinido. De toda forma, é preciso considerar que o crescimento projetado para 2013 é maior do que o observado em 2012, o que contribui para manter as expectativas positivas no segmento imobiliário. Um dado que demonstra esse otimismo é o Índice de Confiança do Empresário da Indústria da Construção de Minas Gerais (Iceicon-MG), que registrou 50,9 pontos em maio. Porém, esse resultado está próximo do limite, uma vez que números acima de 50 pontos são considerados positivos e, abaixo dele, negativos. Certamente, essa percepção é consequência de uma postura mais cautelosa desses mesmos empresários, que aguardam uma maior definição do quadro econômico nacional no que se refere à taxa de juros, inflação e disponibilidade de crédito. Mas, ainda assim, o setor segue com boas expectativas, baseadas, principalmente, pela confiança do empresário na competitividade de sua própria empresa. Este indicador, conforme dados da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) apurados entre 1o e 14 de maio, registrou 56,4 pontos. E a expectativa quanto aos negócios para os próximos seis meses foi apurada em 55,2 pontos. Já as expectativas quanto à economia brasileira e do Estado de Minas Gerais registraram 51,5 e 52,2 pontos, respectivamente. O que é certo dizer diante de tudo isso é que depois dos recordes das vendas e dos lançamentos no período 2008-2011, o segmento imobiliário de Belo Horizonte vivencia um processo de ajustes entre oferta e demanda. Para 2013 projeta-se um nível de atividade mais alto em relação a 2012 e com maior equilíbrio. Vários fatores sinalizam para a necessidade do investimento no setor. Mas citarei poucos, mas fortes em seus fundamentos. Um deles, por sua importância econômica e social, já justificaria essa necessidade: a demanda habitacional existente no País. Ela é inquestionável e os números do déficit de moradias (mais de 5,5 milhões de unidades) retratam isso muito bem. As baixas taxas de desemprego e o incremento do crédito imobiliário também são pontos que contribuem para fortalecer essa demanda existente no mercado imobiliário. Vale ressaltar enfim que o incremento das atividades do segmento nos últimos anos muito contribuiu para a e expansão da economia e ainda tem muito a contribuir, afinal o Brasil ainda tem muito a crescer. E este crescimento passa necessariamente pela Construção Civil. *Jorge Luiz Oliveira de Almeida é vice-presidente de Comunicação do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG). **Publicado em 02/06/2013 no jornal Estado de Minas – BH (Lugar Certo)