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Perspectivas de um crescimento mais acentuado em 2014

Com as seguidas revisões para baixo da taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), o ano de 2013 foi de ajustes para grande parte dos setores produtivos. Na Construção não foi diferente, quando observamos um maior equilíbrio entre demanda e oferta de imóveis novos. Ainda assim, o setor deve fechar o ano com crescimento de 2% e uma série de oportunidades dá base para perspectivas otimistas para 2014. O início do ano passado foi marcado por uma expectativa de alta do PIB entre 3,5% e 4%. No entanto, a inflação persistente, o aumento da taxa de juros, a volatilidade da atividade industrial e questões burocráticas e de regulamentação são alguns dos motivos que fizeram o País apurar um desempenho abaixo do esperado. Projeções dos agentes de mercado apontam para uma taxa de crescimento de 2,3% em 2013. Na Construção Civil esperava-se um crescimento também entre 3,5% a 4%, mas a expansão será mais modesta, cerca de 2%. Além da conjuntura econômica, também contribuiu para essa performance o encerramento do ciclo de obras iniciadas no período de maior expansão, em especial, 2010. Ainda assim, apesar do ritmo mais moderado, o número de trabalhadores na Construção cresceu. No Brasil, em outubro, eram 3,3 milhões de trabalhadores com carteira assinada no setor, sendo que Minas Gerais respondia por 415,3 mil dessas vagas. Na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) está o maior contingente do Estado, com estoque de 214,4 mil. Enquanto a taxa média de desemprego do conjunto das seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) era de 5,2%, estratificada na Construção ela estava em 3,1%. Na RMBH o desemprego é ainda menor, com taxa para o conjunto de atividade de 4,1% e na Construção de apenas 2,7%. Diante desse peso no mercado de trabalho, o desafio para 2014 deve ser impulsionar ainda mais essa indústria. Neste contexto, destaca-se que um dos grandes motores para essa atividade é o crédito imobiliário, que está em 8% do PIB e ainda possui muito potencial de crescimento. No período de janeiro a outubro do ano passado, o volume de empréstimos para aquisição e construção de imóveis com recursos da poupança somou R$ 88,7 bilhões, volume 34% superior ao registrado no mesmo período de 2012. Pelas estimativas da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), o ritmo de expansão do crédito vai continuar acelerado. As previsões são de incremento de 15% a 20% em 2014, impulsionado principalmente pelas concessões a pessoas físicas. Portanto, temos observado a disposição das instituições financeiras em trabalhar com essa linha de financiamento. Isso é consequência de uma análise que identifica o mercado imobiliário como um segmento promissor. Há ainda as contratações com os recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que havia liberado mais de R$ 35,6 bilhões até o início de dezembro. Outro ponto que gera boas perspectivas para 2014 é o Minha Casa, Minha Vida. Em 2013, segundo o Ipea, quase um terço das unidades habitacionais construídas no País eram pelo programa federal. Até meados de novembro, foram 769,3 mil unidades contratadas, movimentando R$ 54 bilhões, em todo o Brasil. Em Minas Gerais, foram 76,8 mil unidades com valores na casa dos R$ 5,8 bilhões. Diante desses dados sólidos, acreditamos que a melhora do ambiente de negócios prevista para 2014 deve acelerar a economia brasileira e a Construção poderá voltar a crescer a taxas mais altas que o PIB. Cabe lembrar que a demanda pela casa própria ainda é grande, pois 9,2 milhões de famílias no Brasil ainda pagam aluguel, segundo o IBGE. *Jorge Luiz Oliveira de Almeida é vice-presidente de Comunicação do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG). **Publicado em 05/01/2014 no jornal Estado de Minas – BH (Lugar Certo)