Chegou a hora do investimento tanto para os empresários da Construção Civil quanto para o consumidor final. Esta foi uma das conclusões trazidas pela pesquisa “Análise do Mercado Imobiliário”, contratada pelo Sindicato da Indústria da Construção no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), e apresentada nesta sexta-feira (23).

O estudo realizado pela Bureau de Inteligência Corporativa (Brain), com apoio técnico da Assessoria Econômica do Sindicato, fez o levantamento dos dados do setor imobiliário das cidades de Belo Horizonte e Nova Lima, referentes ao primeiro trimestre de 2017, somados às informações do último mês de abril. Também foram avaliados na pesquisa os dados do primeiro trimestre deste ano, para as cidades de Betim, Contagem e Santa Luzia.

Os dados sobre a capital mineira e Nova Lima, referentes ao mês de abril de 2017, demonstram que houve incremento das vendas no último mês. Mas, os lançamentos ainda estão em patamar muito baixo, continuando a queda de estoque.

Segundo o sócio-dirigente da Brain, Fábio Tadeu Araújo, “o mercado imobiliário das cidades de Belo Horizonte e Nova Lima vem ensaiando reação de suas atividades alternando quedas e aumentos de vendas, o que é um processo natural nesse momento em que a economia nacional busca fortalecer o seu processo de estabilização”, comenta.

Em abril, as vendas totalizaram 245 unidades, representando um aumento de 38,42% em relação ao mês de março, quando foram comercializadas 177 unidades. Dado que mostra que abril apresentou o segundo maior patamar do ano, atrás somente do mês de janeiro, com 308 unidades vendidas.

Os lançamentos permanecem em patamar muito baixo. Em abril, apenas 65 unidades residenciais foram lançadas. Em março foram 16 unidades. Portanto, abril foi o sétimo mês consecutivo em que as vendas superaram os lançamentos.  No  período de outubro/2016 a abril/2017  foram vendidas 1.426 unidades, enquanto os lançamentos totalizaram 399 unidades.

Com isso, a oferta final (estoque) atingiu  em abril o menor patamar da série histórica (3.934 unidades). Destaca-se que somente no mês de abril a oferta sofreu redução de 4,2%. Em relação a abril/2016, quando a oferta final foi de 5.146 unidades, observa-se redução expressiva de -23,55%. Destaca-se que em abril a oferta final (estoque) correspondeu a 17,71% da oferta lançada. O menor número da série iniciada em janeiro/2016.

Particularmente, em abril/2017 os preços dos apartamentos ficaram relativamente estáveis, com queda de 0,18%. Entretanto, no primeiro quadrimestre do ano observa-se que os preços dos imóveis residenciais apresentaram alta de 2,24% enquanto, neste mesmo período, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA/IBGE), indicador da meta inflacionária do País, registrou incremento de 1,10%. Isso representa um aumento real do preço de apartamentos de 1,13%. Portanto, o momento continua excelente para comprar imóvel, pois com a queda acentuada do estoque, a tendência pode ser de continuidade de aumento real dos preços.

Informação reforçada pelo vice-presidente da Área Imobiliária do Sinduscon-MG, José Francisco Couto de Araújo Cançado. “O resultado da pesquisa demonstra que o momento para o empresário da construção civil é de voltar a pensar em investimento, e o do consumidor final, é de comprar um imóvel para aproveitar o estoque que ainda existe, já que a nova mercadoria chegará com preço superior”. O vice-presidente acredita “que entramos numa zona em que o estoque restante de imóveis é insuficiente para atender o mercado. De agora em diante, nós teremos aumentos de preços maiores. Então, está na hora do mercado começar a ver onde tem os nichos para lançamento”, diz.