A Câmara da Indústria da Construção da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) lança, nesta quinta-feira, dia 20, às 15 horas, durante o Minascon 2013, o estudo “Contribuição Econômica e Social da Cadeia Produtiva da Construção Civil do Estado de Minas Gerais”. Elaborado pela Fundação Getúlio Vargas, o documento reúne uma série de dados que reafirmam a importância do setor para a economia mineira e nacional.
A Construção Civil é responsável por 17,56% do PIB Industrial no Estado. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – Caged/MTE, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, das 19.184 novas vagas de trabalho com carteira assinada geradas nos primeiros quatro meses deste ano, cerca de 10.360 são na Construção Civil, ou seja, 54% dos novos postos de trabalho.
Em Minas Gerais, de acordo com estimativas preliminares divulgadas pela Fundação João Pinheiro, a Construção Civil continua apresentando expansão mais robusta do que no País. Os dados preliminares do PIB-MG demonstram que a Construção Civil mineira cresceu 1,2% nos primeiros três meses de 2013 em relação a igual período do ano anterior. Já o crescimento do 1º trimestre de 2013 em relação ao 4º trimestre de 2012 foi de 0,7%. Estes resultados foram melhores do que os observados pela Construção nacional. Neste contexto, deve-se lembrar que além de ter vivenciado recordes de vendas no mercado imobiliário nos últimos anos, obras importantes para a Copa do Mundo (como a reforma do Mineirão) e as obras do BRT na capital do Estado, podem ter contribuído para esse resultado.
Dados do estudo “Contribuição Econômica e Social da Cadeia Produtiva da Construção Civil do Estado de Minas Gerais” mostram que a cadeia produtiva da Construção mineira é responsável por 1,393 milhão de ocupações, entre empregados, trabalhadores autônomos e dirigentes, correspondendo a 10,8% do total de empregos da cadeia produtiva da Construção do País. Em 2011, o valor adicionado pela Cadeia Produtiva da Construção de Minas Gerais, isto é, o PIB, foi de R$ 25,5 bilhões, o equivalente a 8,1% do valor adicionado pela cadeia produtiva da Construção nacional. O PIB da indústria de materiais e equipamentos foi de R$ 8,2 bilhões, ou 11% do PIB da cadeia produtiva da Construção de Minas Gerais em 2011.
De acordo com o Caged, o número de novos postos de trabalho formal gerados na Construção Civil nos primeiros quatro meses de 2013 foi de 121.013. Em Minas Gerais, este número é superior a 17,4 mil novos postos de trabalho gerados neste período. A participação do setor no total de vagas geradas no País é de 22,04%. Em Minas Gerais, este percentual é de 25,44%, ou seja, das 68.507 novas oportunidades de trabalho, cerca de 17.429 são para alocação na indústria da Construção.
O número de trabalhadores com carteira assinada na Construção Civil, até abril deste ano, foi superior a 3,23 milhões no País. A taxa de desemprego no setor foi de 3,1% para todas as seis regiões metropolitanas contempladas pela pesquisa: Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.
Para Teodomiro Diniz Camargos, presidente da Câmara da Indústria da Construção e vice-presidente da Fiemg, a previsão para o 2º semestre é otimista. “O Minascon/Construir Minas 2013 reforça a necessidade de mobilização dos profissionais do setor, a busca constante pela reciclagem e pelo aprimoramento. Durante quatro dias, estarão reunidos importantes nomes da indústria da Construção em palestras, debates, cursos, sem mencionar a feira com a presença de mais de 300 empresas nacionais e internacionais fechando negócios. O evento reforça a busca do setor pela qualidade, sustentabilidade e produtividade”, destaca.
No ano passado, o setor cresceu 1,4%, segundo dados do valor adicionado divulgados pelo IBGE. Em Minas Gerais, o setor teve um crescimento médio anual, no período de 2004 a 2012, superior a 5,5%, de acordo com dados do valor adicionado divulgados pela Fundação João Pinheiro. No 1º trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano de 2012, o crescimento do setor no Estado foi de 1,2%.
O financiamento imobiliário, segundo dados do Banco Central, aumentou mais de 33% nos últimos 12 meses. As vendas de cimento no mercado interno, de acordo com dados do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento, evidenciam um crescimento de 1,3% de janeiro a maio de 2013, em comparação ao mesmo período de 2012.
Outro dado que reforça o potencial deste setor é o faturamento das vendas de materiais de construção no mercado interno, de acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção – Abramat, que teve uma variação positiva de quase 5%.
Impulsionada por fatores como a maior oferta de crédito imobiliário, a estabilidade macroeconômica, o dinamismo no mercado de trabalho (com geração de emprego formal e baixas taxas de desemprego), a mudanças no marco regulatório (Lei 10.931/2004), além de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV), o setor deixou para trás mais de duas décadas de dificuldade. De 2004 a 2012, PIB da Construção, calculado e divulgado pelo IBGE, apresentou expansão de 49,68%. Isso significa um crescimento médio anual de 4,58%.