O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Luiz Fernando Pires, considera que o ritmo de crescimento da economia brasileira em 2013 ficou abaixo do necessário para um país em desenvolvimento. Na visão do dirigente, além dos fatores macroeconômicos, como juros e inflação em alta, entraves burocráticos têm reduzido a competitividade das empresas brasileiras, inclusive no setor da Construção.
Confira a íntegra da nota distribuída à imprensa:
O anúncio de que o Produto Interno Bruto em 2013 alcançou os 2,3% de crescimento em 2013 sinaliza uma trajetória ascendente, entretanto, esse desempenho ainda está muito aquém das necessidades da economia brasileira. Esse resultado, que ficou abaixo das expectativas do início do ano, é reflexo do cenário macroeconômico conturbado, com juros e inflação elevados, e também das amarras que têm reduzido a competitividade das empresas nacionais.
Mais especificamente na Construção Civil, que também sofreu com a inflação persistente e com o aumento das taxas de juros, o crescimento em 2013 foi de 1,9%. Esse desempenho mudou o cenário dos últimos anos, já que entre 2010 e 2012 o setor cresceu acima do PIB nacional. Também pesou os entraves burocráticos.
Muitos projetos privados têm sido prejudicados pela burocracia excessiva, morosidade das repartições públicas e pela falta de segurança jurídica. Em um ranking do Banco Mundial, o Doing Business 2014, o Brasil ocupa o 116º entre 189 países no que se refere à facilidade de se fazer negócios. No quesito obtenção de alvarás de construção estamos em 130º lugar. Posição inconcebível para um país em desenvolvimento.
Além da burocracia, o baixo nível de investimento está sacrificado a competitividade e o crescimento de nossas empresas. Apesar de ter crescido em 2013, a relação investimento/PIB do Brasil, atualmente em 18,4%, ainda está em um patamar muito inferior ao de países como China, Índia e México.
Quando esses aportes são feitos, ocorrem em ritmo menor do que o necessário. Obras como as de mobilidade urbana, por exemplo, além de movimentar diversos setores da indústria durante as intervenções, quando prontas, promovem ganho de produtividade à medida que se reduz o tempo de deslocamento de pessoas e cargas. Como mais um exemplo, os investimentos em portos e aeroportos poderiam reduzir os custos de fretes de nossas exportações, gerando ganho de competitividade.
Por isso, reforço a necessidade de adoção de medidas estruturantes, como a reforma tributária. Também precisamos reduzir o patamar da inflação e os juros ao setor produtivo para estimular o investimento. Só assim, poderemos consolidar nosso crescimento nos próximos anos.
Luiz Fernando Pires