Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer acelerar o programa “Minha casa, minha vida” para garantir a contratação de 1 milhão de moradias até o fim de 2010, quando acaba o atual governo. Lula recebeu na semana passada informações da Caixa Econômica Federal (Caixa) de que, mantido o atual ritmo, a marca de 1 milhão de contratações será atingida somente por volta de fevereiro de 2011. No cenário mais otimista apresentado pela Caixa, que considera um processo de aceleração bem-sucedido, a contratação de 1 milhão só será alcançada em setembro de 2010. As contratações representam a fase em que se viabiliza a construção de empreendimentos. Os dados apresentados ao presidente Lula, no entanto, comprovam a morosidade do projeto: até o dia 31 de julho foram contratadas 215 mil unidades. Os estados de Sergipe, Goiás e Rio Grande do Norte tiveram o melhor desempenho. Os destaques negativos foram Amapá, Ceará e Pará. Para dar um ritmo mais intenso às contratações, a estratégia do governo é ampliar o diálogo com estados e municípios para a aceleração de liberação de terrenos. Governadores e prefeitos também podem contribuir restringindo a burocracia que ainda existe para os casos de aprovação de projetos, alvarás, autorizações e licenças. Além de intensificar negociações com estados e municípios, o governo também pretende ampliar o número de construtoras cadastradas para operar o programa. A Caixa Econômica também vai reforçar as ações do programa habitacional. O programa foi lançado em março deste ano, com a meta de construir 1 milhão de moradias para famílias com renda de até dez salários mínimos por mês. O programa conta com subsídios do governo, especialmente para o grupo de pessoas com rendimentos de até três salários mínimos de renda mensal. A aceleração do cronograma do programa é necessária, na avaliação de fontes, para garantir maior peso ao discurso eleitoral durante a campanha para sucessão presidencial do próximo ano. Além disso, um ritmo mais intenso das contratações significa início mais rápido das obras e maior estímulo ao crescimento econômico. Nas estimativas do governo e de analistas privados, a economia deve crescer entre 4% e 5% em 2010. O setor da construção civil, devido ao programa “Minha casa, minha vida” e da presença forte do governo nas obras de infraestrutura, é considerado como um dos pilares de sustentação para o crescimento do Brasil no ano que vem. (AE).