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Proatividade pode garantir emprego em meio à crise

Perfil amplia empregabilidade. Os profissionais que continuam empregados ou que têm acompanhado, nas empresas em que trabalham, a demissão de colegas, não deixam de se questionar sobre qual é o melhor caminho para garantir a ocupação atual. O diretor-geral da Trabalhando.com.br, Renato Grinberg, adiantou que, sobretudo em situações de crise, é preciso que o funcionário, independente do nível hierárquico que ocupa, seja pró-ativo, encontrando soluções que reduzam os custos da empresa. “Ele é diferente do puxa-saco, que fica falando dos problemas mas não sugere nada de novo”, apontou. Ainda de acordo com Grinberg, o profissional que tem um perfil empreendedor é o que deve ser mantido pelas companhias. “Quem sai de casa para cumprir horário e apenas o previsto para aquele dia, está fora do mercado. É preciso ser pró-ativo”, afirmou. Adquirir esse tipo de postura requer boa vontade e motivação, dois aspectos que devem ser constantemente “alimentados” pelo departamento de RH e, na outra ponta, pelo próprio empregado. Só com esses “combustíveis” o profissional saberá como gerar mais valor para a organização em que atua. O enxugamento da folha de pagamentos é uma medida clássica em momentos de crise financeira. No entanto, segundo o executivo, a situação atual tem possibilitado às organizações a chance de avaliar seus talentos e escolher aquelas pessoas que estão efetivamente comprometidas com o negócio e com os resultados a serem obtidos. São esses que investem em cinco habilidades básicas. A primeira é a melhoria contínua da performance pessoal e, na seqüência, do negócio. A seguinte é a consciência de que a responsabilidade do profissional vai além da função que exerce. Antecipar-se a problemas ou resolver aqueles – pequenos – que podem crescer sem comunicado prévio também é uma postura que deve ser assimilada. Segundo Grinberg, o profissional deve estar disposto para auxiliar os colegas a resolverem problemas, mesmo aqueles que, inicialmente, não estejam relacionados a ele. Em caso de mudança rápida – o ambiente organizacional já não demanda décadas para modificar um processo ou a sua estrutura – o empregado deve manter em alta a sua motivação e investir na flexibilidade para se adaptar a um novo cronograma ou situação. Com 10 anos de mercado na América Latina e iniciando suas atividades no Brasil em novembro de 2008, o portal de cadastramento de currículos e oferta de vagas de emprego Trabalhando.com.br, controlado pela chilena Trabajando.com, já possui 250 mil cadastros profissionais. “O número de vagas é que ainda está pequeno. Atualmente, temos 2 mil apenas”, destacou o executivo. Na América Latina, são 5 milhões de pessoas à procura de uma oportunidade de emprego. LUCIANA SAMPAIO Sine recolocou 96 mil pessoas ALESSANDRO CARVALHO Oferta de vagas do Sine cresceu 53,96% em 2008 Em 2008, o Sistema Nacional do Emprego (Sine) em Minas Gerais colocou 96,404 mil pessoas no mercado de trabalho, 51,19% a mais do que o número registrado no exercício anterior, quando atendeu 63,763 mil trabalhadores. A oferta de vagas também cresceu no período, passando de 105,537 mil em 2007 para 162,484 mil em 2008, elevação de 53,96%. Somente em outubro, foram 14,306 mil vagas preenchidas, ante as 9,909 mil em igual período de 2007. Em novembro, 13,882 mil, contra as 9,7 mil registradas no mesmo mês do ano passado e, em dezembro, 7,776 mil postos, 9,8% a mais que as 7,014 mil registradas em igual intervalo do exercício anterior. Para 2009, o governo do Estado mantém-se otimisma, com a contratação de 100 mil trabalhadores nos próximos 12 meses, um incremento de quase 4% sobre 2008, que se refletirá, nesta ordem, sobre o comércio, setor de serviços e, ainda, a indústria da construção civil. Segundo o subsecretário de Trabalho, Emprego e Renda, Antônio Amabile, dentro de dois meses a taxa será revista de acordo com a situação macroeconômica do país. “Janeiro e fevereiro são os piores meses para o mercado de trabalho”, reconheceu. Apesar das demissões dos segmentos automobilístico, minero-metalúrgico e siderúrgico, considerados carros-chefes da economia mineira, há outros que estão mantendo o nível de investimentos previstos para o exercício. “Há setores da economia que ainda não foram afetados pela crise mundial. Enquanto os Estados Unidos está na terceira fase da crise e a Europa na segunda, o Brasil está ingressando na primeira”, enfatizou. Comércio – O vice-presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Salvador Ohana, destacou que o comércio deve manter o ritmo de contratações registrado em 2008. “A contratação de pessoal está diretamente ligada à evolução das vendas no período. A nossa previsão, até o momento, é de crescimento em níveis menores ou de estabilidade em relação ao período anterior”, destacou. O empresário afirmou, ainda, que há vagas no setor que não são ocupadas devido à falta de mão-de-obra especializada. “Esse é um problema que a Fatec-CDL tem tentado solucionar”, apontou. Paralelamente, muitas empresas têm investido também na reciclagem dos seus funcionários. O vice-presidente de Política, Relações Trabalhistas e Recursos Humanos do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Ricardo Catão Ribeiro, o segmento já reduziu o ritmo de contratações realizadas em 2008, devido ao cancelamento de novos empreendimentos. No entanto, haverá demanda de pessoal para as obras em curso. “Não haveá desemprego”, arriscou. Outra expectativa do setor é a continuidade das obras públicas, como as previstas pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal. “A obra da Linha Verde já foi concluída. Qual virá agora? A construção do Centro Administrativo do governo do Estado, no vetor Norte da Capital deve continuar empregando muito neste ano, mas precisamos de mais projetos”, analisou. Para facilitar o acesso das empresas e dos trabalhadores aos serviços oferecidos pelo Sine, o governo do Estado vai adotar um pacote de medidas que visam ampliar e agilizar o processo de atendimento nos postos do Sine por meio de um investimento de R$ 3 milhões. O pacote de medidas vai possibilitar o cadastramento dos trabalhadores que estão requerendo o seguro-desemprego em um sistema específico que facilitará a recolocação profissional. (LS)