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Procura por temporários cresce em Minas Gerais

Macroeconomia é favorável. A contratação dos temporários está sendo puxada pela construção civil A demanda por trabalhadores temporários no Estado, nos seis primeiros meses de 2008, registrou alta de 16% em relação ao mesmo período de 2007. Esse foi o mesmo resultado alcançado pelo país, de acordo com pesquisa realizada pela Gelre, empresa de recrutamento e seleção de mão-de-obra temporária. A expectativa do mercado é incrementar ainda mais esse índice no próximo semestre. De acordo com o presidente do Sindicato das Empresas de Prestação de Serviços a Terceiros, Colocação e Administração de Mão-de-Obra, Recursos Humanos e Trabalho Temporário no Estado de Minas Gerais (Sinserht-MG), José Carlos Teixeira, o índice reflete o atual cenário econômico brasileiro, com aquecimento do mercado interno, impulsionado também pela crescente oferta de crédito. “Há uma demanda reprimida que a indústria tem que atender”, explicou. As contratações extras têm como objetivo a manutenção do ritmo da produção. O desafio para as empresas é encontrar mão-de-obra qualificada, principalmente para o nível técnico e de especialistas. Para driblar essa crise já anunciada, muitas organizações estão formando seu quadro de funcionários internamente, mas essa medida ainda não é suficiente para garantir o contingente necessário para manter em alta a capacidade operacional, segundo Teixeira. No caso da indústria da construção civil, o que explica o maior número de contratações de trabalhadores temporários é o perfil da obra. O vice-presidente de Política, Relações Trabalhistas e RH do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Ricardo Catão Ribeiro, explicou que a demanda crescente por esse tipo de empregado deve-se aos contratos assinados. “Há obras de curta duração e outras eventuais”, destacou. Nesses casos, efetivar o trabalhador não é viável para o negócio. O temporário complementa o atual quadro. Os empresários do segmento também emcontram dificuldades para conseguir trabalhadores capacitados. Segundo o vice-presidente do Sinduscon-MG, a demanda deve manter-se aquecida no segundo semestre devido às obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “O país tem muitas obras a fazer”, adiantou. Varejo – O comércio de Belo Horizonte também continua ampliando o quadro de funcionários por meio da contratação de temporários. De acordo com o gerente do Departamento de Pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), o economista Fernando Sasso, a utilização dessa mão-de-obra repete uma tendência nacional, com vendas aquecidas e necessidade de ampliação do número de funcionários. A opção pelos temporários tem explicação. “Se o movimento cai de repente a questão é facilmente revista”, destacou. No segundo semestre, as contratações devem se intensificar, a partir de outubro, quando aumenta o volume de recursos em circulação, fruto da restituição do Imposto de Renda (IR), dos ganhos reais dos salários e, ainda, a liberação do 13º salário. O período vai até março, quando a CDL-BH estima que entre 25% e 30% dos terceirizados serão efetivados. Os trabalhadores temporários têm os mesmos direitos trabalhistas da mão-de-obra seletista. De acordo com a legislação, eles devem ser contratados por empresa especializada, o que torna o processo mais transparente e seguro para as partes envolvidas. Com o aumento da demanda, os candidatos estão mais seletivos em relação às propostas de emprego, segundo Teixeira. LUCIANA SAMPAIO