Incertezas sobre futuro da economia brasileira devem inibir lançamento de condomínios residenciais fechados na região. A procura por terrenos em condomínios fechados na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) continua aquecida. No entanto, construtoras e incorporadoras que atuam no setor admitem que 2009 será um ano complicado para o fechamento dos negócios. A falta de certezas sobre o futuro da economia faz com que empresas do segmento não façam projeções para os negócios neste ano. A Patrimar Engenharia Ltda, que está comercializando lotes no Condomínio Quintas do Morro, localizado em Nova Lima, na RMBH, espera chegar ao final deste ano com 70% do empreendimento negociado. Atualmente apenas 40% dos terrenos estão vendidos, conforme explicou o diretor Marcelo Martins. O resultado é considerado positivo para o setor, que geralmente apresenta ritmo lento de vendas. Ele ressaltou que o principal atrativo deste tipo de investimento é a segurança. De acordo com o diretor, nos últimos anos o segmento perdeu espaço para as aplicações na bolsa de valores. No entanto, depois da crise as ações passaram a representar um investimento com alta volatividade. Além disso, a procura por parte de pessoas que querem comprar o terreno para moradia também continua aquecida. No Quintas do Morro existem 192 lotes com área média de 3,6 mil metros quadrados. Segundo o gerente comercial da Ápia Empreendimentos, Luciano Auto, em outubro a demanda por compra de terrenos foi reduzida, causada por um certo “pânico” que a crise instalou na economia brasileira. No entanto, gradativamente a procura foi retomada e agora está novamente em ritmo normal. A empresa possui hoje três empreendimentos em condomínios fechados, o Vilage Nobre, em Ipatinga; o Quintas do Sol, em Nova Lima; e o Serra dos Bandeirantes, em Mário Campos. Segundo ele, atualmente existe demanda para todos os segmentos imobiliários. “Apresentamos crescimento em 2008 e devemos manter o mesmo movimento neste ano”, destacou. A Rede Netimóveis comercializa lotes para que incorporadoras façam a construção de condomínios e registrou redução dos negócios em 30% desde que a crise foi iniciada. De acordo com o presidente do empreendimento, José De Filippo Neto, a desaceleração da economia fez com que fossem retraídos os investimentos, sendo mantidos apenas os negócios lançados até setembro. CAMILA COUTINHO