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Queda na atividade e no emprego da construção é menos intensa em agosto

Em agosto, os indicadores de atividade e de número de empregados da Sondagem da Indústria da Construção de Minas Gerais apresentaram recuo, porém, em menor intensidade do que no mês anterior. Ambos os índices foram superiores aos apurados em agosto de 2017, e os mais elevados para o mês em seis anos.

Por outro lado, houve piora nas perspectivas dos empresários para os próximos seis meses. Eles estimam queda na atividade, na compra de insumos e matérias-primas, no emprego e nos lançamentos de novos empreendimentos e serviços.

O índice de intenção de investimento cresceu frente ao mês anterior, mas, ainda assim, segue em patamar muito baixo.

Desempenho da indústria da construção mineira – O índice de atividade da Construção marcou 49,5 pontos em agosto, crescendo 3,7 pontos na comparação com julho (45,8 pontos). Com o resultado, aproximou-se da linha de 50 pontos – fronteira entre recuo e elevação – o que aponta queda menos intensa da atividade. O indicador aumentou 4,0 pontos em relação a agosto de 2017 (45,5 pontos) e foi o melhor para o mês em seis anos. Vale ressaltar, todavia, que o índice permanece inferior a 50 pontos desde novembro de 2012.

O indicador de atividade em relação à usual cresceu 2,1 pontos comparado a julho (26,4 pontos), registrando 28,5 pontos em agosto. O índice, abaixo de 50 pontos desde outubro de 2012, mostra que o setor da Construção vem operando abaixo do padrão para o mês.

O indicador de número de empregados avançou pelo segundo mês consecutivo, alcançando 47,2 pontos em agosto. O índice cresceu 2,4 pontos frente a julho (44,8 pontos), sinalizando recuo do emprego menos intenso do que no mês anterior. O resultado foi, ainda, 1,0 ponto superior ao de agosto de 2017 (46,2 pontos), e o mais elevado para o mês em seis anos. Contudo, o índice continua abaixo de 50 pontos desde julho de 2014.

Expectativas da indústria da construção mineira – Os índices de expectativa demonstram a percepção dos empresários com relação à evolução do nível de atividade, da compra de insumos e matérias-primas, do emprego e dos novos empreendimentos e serviços nos próximos seis meses. Valores abaixo de 50 pontos apontam perspectivas de queda.

O indicador de expectativa do nível de atividade recuou 3,7 pontos em relação a agosto (49,9 pontos), e marcou 46,2 pontos em setembro. O resultado aponta perspectiva de redução da atividade nos próximos seis meses, após ter sinalizado, em agosto, estabilidade. Na comparação com setembro de 2017 (47,6 pontos), o indicador caiu 1,4 ponto.

O índice referente à compra de insumos e matérias-primas decresceu 3,8 pontos frente a agosto (49,5 pontos), registrando 45,7 pontos em setembro. O indicador aponta expectativa de queda na compra de insumos e matérias-primas, em linha com a perspectiva de recuo na atividade. O índice caiu 1,3 ponto frente a setembro de 2017 (47,0 pontos),

O indicador com relação ao número de empregados recuou 6,2 pontos, saindo de 50,0 pontos em agosto para 43,8 pontos em setembro. Com o resultado, o índice voltou a sinalizar queda do número de empregados para os próximos seis meses, após apontar, em agosto, perspectiva de estabilidade. A retração mensal foi a maior desde fevereiro de 2017, quando o índice recuou 6,5 pontos frente a janeiro. Na comparação com setembro de 2017, houve decréscimo de 5,6 pontos.

O indicador de novos empreendimentos e serviços caiu 0,6 ponto entre agosto (46,9 pontos) e setembro (46,3 pontos), apontando maior pessimismo dos construtores. O índice também foi inferior ao do mesmo mês de 2017 (46,8 pontos), com queda de 0,5 ponto.

Intenção de investimento – O índice de intenção de investimento avançou pelo segundo mês seguido, marcando 28,0 pontos em setembro, contra 26,3 pontos em agosto e 24,1 pontos em julho. Contudo, o crescimento não foi suficiente para reverter a queda acumulada em 2018, de 6,3 pontos. O índice de intenção de investimento varia de 0 a 100 pontos, e quanto maior o valor, maior é a intenção de investir.

De acordo com o economista e coordenador do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Daniel Furletti, a Sondagem demonstra a atual cenário econômico e político do país. “O setor iniciou o ano com uma perspectiva de crescimento de 2% e devemos terminar o ano com uma queda entre 0,6% e 1%. Contudo, espera-se uma retomada do crescimento da economia nacional de 2,5% que, com certeza, impulsionará o setor da construção civil”, diz.

A pesquisa – A Sondagem da Indústria da Construção de Minas Gerais é elaborada pela Gerência de Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) em conjunto com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e em parceria com o Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG). As informações solicitadas são de natureza qualitativa e resultam do levantamento direto realizado com base em questionário próprio.