Programa Minha casa, minha vida produz resultados ao facilitar acesso de famílias de baixa renda ao financiamento da moradia Denise Menezes Anunciado há sete meses pelo governo federal, o programa Minha casa, minha vida, que tem como meta a construção de um milhão de moradias em todo o país por meio de medidas que facilitem o acesso das famílias com renda entre zero e 10 salários mínimos ao financiamento da casa própria, já apresenta reflexos expressivos no mercado imobiliário, especialmente no volume e na velocidade de vendas de unidades novas e em construção de empreendimentos voltados para as classes C e D. A MRV Engenharia, uma das maiores construtoras brasileiras especializadas no segmento econômico, é um exemplo de empresa na qual os resultados do programa já podem ser contabilizados. Na construtora, as vendas cresceram 98% no terceiro trimestre deste ano na comparação com o segundo, e 87% em relação a igual período de 2008. Subsídios governamentais que podem chegar a R$ 17 mil para a compra do imóvel, juros menores, em média de 5,5% ao ano, e isenção da taxa de seguro na prestação do financiamento são algumas das medidas do Minha casa, minha vida que têm garantido às famílias de renda entre três e 10 salários mínimos a compra de sua primeira moradia. Thiago Ferrari Costa, de 25 anos, é um dos brasileiros beneficiados pelo programa. Funcionário de uma operadora de telefonia e estudante de economia, ele conseguiu em abril comprar seu primeiro apartamento, de dois quartos, no Mundi Condomínio Resort, empreendimento lançado pela MRV no Bairro Camargos, em Belo Horizonte, e que será entregue em 2012. Segundo Thiago, dos R$ 77 mil pedidos pela unidade, R$ 17 mil serão subsidiados pelo governo e o restante financiado pelo Caixa Econômica Federal (CEF), para pagamento em 25 anos, com prestação mensal inicial, que será cobrada a partir da entrega das chaves, de R$ 360. “Sem o subsídio não teria condições de comprar um imóvel. Agora já posso fazer planos para morar sozinho ou, quem sabe, me casar”, comemora. Em Minas Gerais, informa o superintendente regional da CEF, Rômulo Martins de Freitas, a instituição, responsável pela execução do programa, já tem cadastradas propostas para o financiamento de 28.250 unidades com as condições especiais oferecidas pelo “Minha Casa, minha vida”, que correspondem a 39,9% da meta estipulada pelo agente no Estado até o final de 2010. “São propostas que já foram analisadas e cumprem trâmite final de aprovação. Fora isso, já temos em fase de análise propostas de financiamento para outras 10.835 unidades, que equivalem a 12,2% da meta total de atendimento estabelecida até o final do ano que vem”, acrescenta ao esclarecer que os números se referem à posição de propostas encaminhadas à CEF até o dia 8. Das 28.250 unidades em Minas, cujos financiamentos já foram analisados e serão aprovados pela CEF, 10.024 são destinadas a famílias com renda de zero a três salários mínimos, 13.511 para famílias com faixa de renda entre três e seis salários mínimos, e 4.715 são direcionadas às famílias com renda entre seis e 10 salários mínimos. Em todo o Brasil, observa Rômulo Martins de Freitas, já foram aprovados os financiamentos de cerca de 100 mil casas pelo programa, número que admite não ser ainda significativo. “Mas já temos em análise pela CEF propostas para o financiamento de 34,8% da meta de um milhão de casas estipulada pelo governo para atendimento pelo programa, que a partir da aprovação vão certamente impactar o mercado e contribuir para a redução do déficit habitacional no país”, argumenta.