Queda. Preço de material de construção vai cair até 8% para o consumidor; setor espera aquecimento Ana Paula Pedrosa O material de construção ficará de 5% a 8% mais barato para o consumidor final graças aos benefícios do pacote de ontem, segundo o presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), Cláudio Conz. Ele diz que as medidas complementam o pacote habitacional anunciado pelo governo na semana passada e irão beneficiar principalmente quem constrói por conta própria. A chamada construção autogerida representa mais de 70% das vendas de material de construção. No primeiro bimestre deste ano, as vendas de material de construção caíram 12%. Com os incentivos anunciados ontem, o quadro deve ser revertido. A Anamaco estima que em 2009 o setor vai crescer 5%. No ano passado, o crescimento foi de 9,5%. O presidente da Câmara da Indústria da Construção da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Teodomiro Diniz Camargos, diz que somente o cimento representa 17% do custo de uma habitação popular. Com a redução do imposto somente para esse insumo, o preço final da construção cai 0,65%. Ele afirma ainda que, ao estender a redução do IPI para a construção, o governo mostrou que esse é um setor prioritário. “Somadas às medidas anunciadas na semana passada, isso mostra que o governo reconhece que a construção civil é fundamental para alavancar o desenvolvimento brasileiro, gerar emprego e renda. O governo não joga dinheiro onde não há retorno”, afirma. Reforma tributária. A redução do IPI pode ajudar a tirar a reforma tributária do papel. Com o comprovado sucesso do benefício aos automóveis e com os resultados do próximo trimestre na construção, a pressão pela reforma pode ganhar força, diz o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-MG), Walter Bernardes de Castro. “O governo tem que parar de querer ganhar muito em pouco volume. É melhor reduzir os impostos, aumentar o giro, o nível de emprego. No final, a arrecadação acaba aumentando”, diz.